Quem será o nosso bom moço?

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O roqueiro inglês Alex James, baixista da banda Blür, que em autobiografia diz ter gastado mais de R$4 milhões com vício em cocaína, foi o personagem principal de uma peça de autopromoção do governo de Álvaro Uribe.

A armação, que teve direito a vôo panorâmico com helicóptero militar pelos campos de coca e visita a laboratórios cenográficos de refino da droga, foi exibida no último domingo pelo Fantástico e contou, ainda, com a participação mais do que especial do próprio Uribe para o “grand finale” da peça publicitária.


Falando sério

O apoio militar e financeiro que o governo de Álvaro Uribe recebe dos EUA, com o pretexto de combate ao narcotráfico e as guerrilhas deixa claro, para quem conhece um pouquinho da história da América do Sul, um embuste para velar os reais objetivos dos norte-americanos na região. Na verdade, trata-se basicamente dos seguintes interesses:
>> Manutenção da posição geopolítica do EUA na região;
>> Os vastos recursos energéticos e minerais disponíveis no território colombiano;
>> A defesa das corporações petrolíferas americanas que operam na região.

É desta forma que o fortalecimento político de Uribe, através da construção de uma imagem de administrador austero e com ênfase no combate à violência urbana e da guerrilha pelo interior do país constitui-se, para seus patrocinadores, um objetivo estratégico a ser superado. E a razão para tamanho esforço é simples, movimentos políticos não alinhados aos interesses americanos estão varrendo, progressivamente, a influência americana no continente e, neste particular, agradeçamos à inoperância da administração de George W. Bush que, por sua vez, priorizou o atoleiro em que se envolveu no oriente médio.

Além de todos estes esforços financeiros, logísticos e militares dos USA o presidente Uribe conta, ainda, com o beneplácito da mídia colombiana , que faz vista grossa aos seus métodos sanguinários e aos paramilitares de direita e esquadrões da morte que atuam a seu serviço.

E aqui no Brasil não é diferente, diante da impotência da direita frente à popularidade do governo Lula, a oligarquia brasileira tenta tirar proveito da imagem de Álvaro Uribe para os seus próprios propósitos e, como se fosse uma cruzada, utiliza-se da mídia corporativa representante de seus interesses, para estabelecer um culto de adoração ao vassalo colombiano enquanto, por outro flanco, trabalha de forma organizada e sistemática, para detratar seus opositores na região, Fidel Castro, Hugo Chavez, Evo Morales, Rafael Corrêa, dentre outros.


Chega de falar sério

Voltando à autopromoção de Uribe, dizem as más línguas que, nos bastidores das gravações, ele teria ficado tão empolgado com o testemunho do roqueiro inglês para sua campanha, que quer repetir a dose. Como o Brasil é um grande consumidor da maravilha colombiana, a próxima celebridade para o seu show, com direito à exibição no Fantástico, seria um político brasileiro da nova geração, de grande projeção nacional e que tivesse, assim como o roqueiro, abandonado o ofício da inalação.

Vai ser uma bomba! Eu, que fiquei extremamente curioso com este boato, já fiz logo uma lista com base na voz do povo e cheguei a uma conclusão: Não será aqui pelas bandas das Minas Gerais que vai ser encontrado este convertido.

E tenho certeza, o Mineirão inteiro me apóia.

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