A QUEM INTERESSA O DESGASTE DA UFMG?

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Não é a primeira vez e nem será a última que uma capa do Estado de Minas ilustrará uma postagem deste blog. E as razões já são velhas conhecidas dos leitores do Língua de Trapo, o serventilismo panfletário do jornal da Rua Goiás aos interesses privados de grupos políticos ligados ao Palácio da Liberdade e à recém agregada Prefeitura de Belo Horizonte.

E é por esse motivo que, mais uma vez, publico na íntegra e em destaque, a reportagem feita pelo Novo Jornal em 14/01/2009 que trata deste assunto.


Reitoria e Fundação da UFMG estão debaixo de fogo cerrado pelo grupo empresarial ligado ao prefeito de Belo Horizonte

Parte da sociedade civil mineira assistiu espantada nas últimas semanas, a introdução no noticiário, de apenas um veículo de comunicação da capital mineira, a cobertura de denúncias relativas à UFMG.

Segundo informação do próprio veículo, o mesmo circula em todo o Estado de Minas Gerais, (sua tiragem não foi dita), tornado desta forma, no mínimo desproporcional, o espaço dedicado ao assunto.

No objetivo de prestigiar a pauta do veículo, mantendo seu leitor informado, o Novojornal foi em busca de mais informações. O que encontramos foi a adoção de um modelo muito praticado pelo veículo no período do golpe de 1964, onde ele denunciava. Delegados e promotores fundamentados na notícia abriam inquéritos, para “investigar” e, na seqüência, o jornal repercutia a investigação, não sendo rara a condenação de diversos acusados, utilizando-se como prova a notícia do jornal.

Desnecessário dizer que este meio de comunicação defendeu e foi um dos sustentáculos da repressão ocorrida na época militar. Porém, em pleno regime democrático, voltar a estas práticas em flagrante desrespeito ao Estado Democrático de Direito é um absurdo.

Neste sentido, o Novojornal sentiu-se na obrigação de noticiar o que está por traz desta cobertura feita pelo outrora “grande jornal dos mineiros”.

Depois de anos de investimentos públicos, o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTEC) construído na Pampulha, em parceria entre a Prefeitura, governo de Minas e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), virou realidade, principalmente após projeto de lei 1.640/08, de autoria do Executivo, aprovado pela Câmara Municipal de Belo Horizonte.


Google

O pólo de tecnologia fica em terreno da UFMG, com 535 mil metros quadrados, na Avenida Carlos Luz (antiga Catalão), em frente à Usiminas, na Pampulha. A previsão é de que atraia cerca de R$ 500 milhões em investimentos nacionais e estrangeiros, nos próximos dez anos.

O Centro de Desenvolvimento da Google é uma das empresas estrangeiras que deve ser instalada no local. O governo de Minas ficou encarregado de construir o prédio administrativo do parque, estimado em R$ 20 milhões. A Prefeitura arcou com a obra de terraplenagem e a UFMG, dona do terreno, concedeu permissão para a utilização da área.

O BHTEC começou a ser idealizado em 1992/96, na gestão do prefeito Patrus Ananias (PT), por meio do então secretário municipal de Indústria e Comércio, Tarcísio Caixeta. Célio de Castro (PSB) deu continuidade ao projeto, em 1996/2000 e 2000/2004, o mesmo acontecendo com Fernando Pimentel, em 2004/2008.

Mal se inicia e a disputa pelo comando e destino do BHTEC já faz suas primeiras vítimas, diante da tentativa dos gestores da UFMG e da FUNDEP, em manter o controle do centro e principalmente sua finalidade.

O motivo da discórdia chama-se: FUNDOTEC, no qual empresas do atual prefeito de Belo Horizonte, e do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia são cotistas. Este fundo, administrado pela Fir Capital, quer ver o BHTEC não como um grande centro de pesquisa, objetivo dos gestores da UFMG, quer que o mesmo seja privatizado, transformando-se em um centro de negócios, “fugindo do objetivo da Universidade”, defendem os contrários a esta tese.

Em vez de trazer perante a sociedade e a comunidade acadêmica, com clareza, o que realmente está ocorrendo é que o grupo de empresários preferiu “lançar mão” de um veículo de imprensa da capital para pressionar, noticiando ocorrências de 2002, já amplamente discutidas e solucionadas.

“A ambição deste grupo de empresários não tem limites”, atacam seus adversários. Fundamentando-se em antecedentes, principalmente depois de terem os mesmos se apropriado de diversas pesquisas da UFMG, para, em seguida, vender as mesmas e, o pior, desnacionalizá-las.

A seguir, repercutindo o fato, vem ao noticiário o Ministério Público dizendo que vai investigar o que já é investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

É incrível como os cacoetes do período de exceção permaneceram arraigados nas diversas instituições mineiras.

Investigações do Ministério Público deveriam existir, porém para apurar as práticas adotadas pelos empresários contra o patrimônio público.



1 Comentário:

Anônimo disse...

voces acreditam mesmo que não existe uma farra?
uma coisa é o jornal que não presta, outra são as denuncias que ninguem responde
antes eu achava exagerado agora ja sei que são verdadeiras........
o que vcs tem a dizer sobre as outras denuncias?

 

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