Mais uma novidade. Agora, Fernando Pimentel, o soberbo, tenta transferir para a imprensa a culpa pela desunião do PT em Minas Gerais.
Pode até ser que Pimentel tenha alguma razão, mas ele deveria ter levado tudo isso em consideração antes de fazer a tal aliança com Aécio Neves, que é sabidamente quem manda na imprensa em Minas Gerais. E pelo visto, Aécio já conseguiu o que tanto queria, dividir o PT para eliminar a concorrência nas eleições de 2010, a estadual e a federal.
Mais uma vez, meus parabéns para Pimentel et caterva.
Reportagem lambida do Novo Jornal, o último fiapo de decência no jornalismo da capital das Gerais.
Divisão no PT mineiro se aprofunda
16/02/2009
Encontro estadual do PT fracassa e revela crise interna sem precedentes na legenda; ex-prefeito Pimentel culpa imprensa
Fracassou o encontro estadual do PT realizado neste final de semana (14 e 15) em Belo Horizonte. Dos 22 prefeitos credenciados, apenas oito ficaram até o final dos trabalhos. Dos 95 vereadores, só a metade. A organização do evento convidou 108 prefeitos e 659 vereadores.
De acordo com o presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, ficou acertado no encontro a construção de um fórum de prefeitos e vereadores para que façam uma interlocução direta com o partido na busca de solução de demandas.
No entanto, o ex-deputado estadual petista Rogério Correia exige que o diretório faça uma discussão "mais qualificada" do programa e objetivos do partido.
"O encontro foi esvaziado. Não adianta o Reginaldo (Lopes) fazer encontros se não for para discutir política. O resultado foi um não à unidade vazia, sem programa e esperando o Aécio Neves. Não adianta fazer caravana antes que seja resolvida esta questão. Temos que construir o projeto e a política de alianças que queremos", afirma.
Rogério Correia disse que faz este alerta, mas reitera o apelo pela unidade. "É um apelo ao Reginaldo Lopes, ao ex-prefeito Fernando Pimentel, ao deputado federal Virgílio Guimarães que enxerguem a falência da aliança com o PSDB. Se admitirem que faliu, algo pode ser construído", argumenta.
Ex-prefeito irritado
O ex-prefeito Fernando Pimentel ficou visivelmente nervoso com a ausência das lideranças nacionais do partido ao encontro. Transtornado, ele culpou a imprensa por tentar, segundo ele, construir a desunião no PT mineiro.
O ex-prefeito negou que o partido esteja passando por uma crise e disse que esse foi o melhor encontro petista dos últimos tempos.
"As grandes estrelas do PT são os nossos militantes, os homens e mulheres que construíram esse partido no Brasil inteiro e eles estão todos aqui", afirmou.
Pimentel desagradou a integrantes do partido e seu aliado até então, o governador Aécio Neves (PSDB), com as declarações feitas a uma revista na semana passada.
No PT, Pimentel reacendeu a divisão em torno da polêmica aliança feita com os tucanos para eleger o prefeito Marcio Lacerda (PSB) na capital ao se referir aos contrários a ele como "setorzinho xiita", incluindo no bojo os ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci.
Já com o tucano, azedou a relação ao dizer que Aécio não tem chances de ser candidato à Presidência.
Coerência Petista
O movimento "Coerência Petista" enviou ao Novojornal manifesto no qual apela aos militantes para a unidade partidária.
O "Coerência Petista" trata-se de uma iniciativa de militantes de diversas correntes ou independentes, que tem, de acordo com seus integrantes, o objetivo de contribuir na qualificação do debate partidário em Minas Gerais, na perspectiva de resgatar o ideário socialista como norte para a definição das táticas políticas e eleitorais, apresentando-se como alternativa para o Processo de Eleições Diretas (PED) do partido.
Segundo Rogério Correia, um dos líderes do movimento, "os petistas não querem que ocorra em Minas e no Brasil, aquilo que se registrou em Belo Horizonte, em 2008, onde foi construída uma candidatura artificial, sem trajetória na vida política da cidade e sem nenhum histórico de diálogo com os movimentos sociais".
No manifesto, os integrantes do "Coerência Petista" enfatizaram que "o PT mineiro precisa da mobilização de suas bases nos municípios para cobrar do nosso Diretório Estadual procedimentos unitários na construção dos consensos que podem nos levar à vitória. A direção atual deve superar sua dinâmica presidencialista e despolitizante no funcionamento coletivo e buscar a unidade partidária: nada de fatos consumados e posturas autoritárias. Se isso se mantiver, o resultado será a inevitável divisão".
Confira abaixo a íntegra do manifesto do movimento "Coerência Petista".
Unidade do PT de Minas: pela base e com coerência programática
O movimento "Coerência Petista", nascido da crítica à tática eleitoral equivocada adotada em Belo Horizonte em 2008, se dirige ao petismo mineiro em um grave momento da vida partidária.
Como se sabe, a tática adotada em BH dividiu o PT, a base do governo Lula, nos afastou de aliados históricos como o PC do B e abriu o caminho para a retomada da Prefeitura de Belo Horizonte pelo PSDB.
Esse não pode ser o caminho para Minas Gerais.
Depois de 29 anos de trabalho, reunimos todas as condições para colocar Minas nos trilhos da participação popular, da inversão de prioridades de investimentos e da transparência, marcas do ideário democrático e popular.
O outro projeto, decadente e desmoralizado pela crise financeira nascida nos Estados Unidos, expressão ímpar do neoliberalismo, tenta ser reciclado, no Brasil, pelas mãos de seus coerentes defensores: PSDB, DEM (ex-PFL) e legendas satélites.
É aí que residem as disputas políticas e ideológicas das últimas duas décadas no Brasil e no mundo. É isso que presidirá o embate político de 2010.
O momento do PT mineiro é grave porque ainda não consolidamos um projeto de governo (e não um mero projeto gerencial), que se articule com a aprovação nacional do governo Lula e do próprio presidente da República.
Não nos referimos aqui à simples aprovação em pesquisas de opinião, mas a aprovação real de nossos programas e políticas pelas bases populares da sociedade.
O PT mineiro precisa da mobilização de suas bases nos municípios para cobrar do nosso Diretório Estadual procedimentos unitários na construção dos consensos que podem nos levar à vitória. A direção atual deve superar sua dinâmica presidencialista e despolitizante no funcionamento coletivo e buscar a unidade partidária: nada de fatos consumados e posturas autoritárias. Se isso se mantiver, o resultado será a inevitável divisão.
Precisamos, neste momento, mais de um mutirão de bom senso, do que de caravanas destinadas à promoção pessoal de quem quer seja. As tradicionais caravanas petistas devem ser um instrumento de união e não de divisão. Devem ser ativadas para a discussão de projetos e não de pessoas.
Por fim, registramos aqui nossa perplexidade e indignação com a entrevista divulgada por um veículo de imprensa nacional, notoriamente anti-Lula e anti-PT, na qual o filiado Fernando Pimentel dissemina preconceitos anti-comunistas, ataca lideranças históricas do Partido, elogia o governo Aécio e sua grife "choque de gestão", insinua desconfianças com o PMDB (base do governo Lula), desqualifica a política de recomposição salarial de servidores públicos (do próprio governo Lula) e ainda se apresenta como possível coordenador da campanha presidencial de 2010.
Ora, o "perigo" que ronda o PT não é o suposto marxismo-leninismo e a tradição bolchevique, mas sim os valores neoliberais, como a apologia ao tal "choque de gestão". Lideranças como Luiz Dulci e Patrus Ananias somam para o projeto democrático e popular, ao invés de dividirem. Servidores públicos são aliados e não adversários. PSDB e Aécio Neves são adversários e não aliados.
Companheiros e companheiras: o PT deve ser maior do que o esforço de desqualificação de suas vocações históricas. Somos um partido do mundo do trabalho, dos micros, pequenos e médios empreendedores urbanos e rurais, da intelectualidade progressista.
Fazemos e faremos alianças amplas, mas sem diluição programática, política e ideológica. Isso demanda a mobilização pela base: em defesa do PT, das conquistas do governo Lula e do avanço da luta pela igualdade social.
Leia a cobertura deste caso também no Estado de Minas, o órgão para-oficial de imprensa do Governo do Estado de Minas Gerais.
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