Lambida de interesse público: Do blog do nosso amigo Jornalista, Luís Carlos Gusmão, ativo combatente da farsa tucana em Minas Gerais e que escreve, diretamente da ensolarada Montes Claros, o prestigioso blog Em Cima da Notícia.
O Sind-UTE de Minas lançará sexta-feira, 13, revista mostrando a realidade do ensino em Minas, em contraponto à propaganda mentirosa do governo Aécio Neves, cujo slogan de uma de suas peças publicitárias é “Caminhando para frente sem deixar ninguém para trás”. A realidade é bem diferente. Segundo o diretor do Sind-UTE/Regional Norte, José Gomes Filho, a entidade contratou uma equipe de jornalistas para retratar a verdadeira realidade das escolas no Estado de Minas, e o resultado será mostrado na publicação, a ser lançada sexta-feira, 13, mostrando fotos de escolas com portas quebradas, computadores empilhados e sem uso, aulas de educação física nas ruas ou em sala de aula, por falta de espaço apropriado, e até escola funcionando dentro de um paiol. “A realidade é escabrosa e vamos desmascarar essa propaganda mentirosa do governador Aécio Neves”, disse.
A Educação em Minas Gerais está um verdadeiro paradoxo. Por um lado o governo traz à sociedade um discurso de boa qualidade no ensino mineiro exigindo dos profissionais da Educação desempenho e eficiência. Por outro, desestimula os mesmos com normas que vão contra o interesse dos educadores, por estarem repletas de incoerências.
Este paradoxo é facilmente percebido nas eleições que se realizarão para o cargo de diretores este ano. Conversando com diretores atuais vemos que a política adotada é um verdadeiro desastre, desestimulante e ainda completamente incoerente.
Alguns pontos:
Primeiramente, o tempo de serviço do professor para aposentadoria é de 25 anos. No entanto, caso ocupe um cargo de diretor esse tempo sobe para 30 anos. Evidentemente, para alguém que começou a lecionar com uma idade mais avançada o interessante é não almejar o cargo de diretor.
Segundo, todo diretor em exercício tanto é avaliado como administrador financeiro da escola como tem a responsabilidade de avaliá-la como um todo, inclusive o desempenho dos professores. Todo ano é dada pelo Estado uma nota de desempenho. Esse diretor, no entanto, para concorrer novamente ao cargo tem que passar por uma prova escrita, onde todos concorrem na mesma condição de igualdade. Isso é, mesmo que tenha uma avaliação com nota 10 em todo seu mandato, caso não passe na prova escrita é automaticamente eliminado.
Fica, então, uma pergunta: de que adianta ser um excelente diretor se numa simples avaliação escrita todo seu desempenho não lhe é creditado como vantagem alguma?.
Terceiro, caso não haja candidatos concorrentes, isto é, havendo apenas um candidato postulante ao cargo, esse é eleito pelo colegiado, que é composto por 5 conselheiros, incluindo o diretor que no colegiado exerce o cargo de presidente.
Enfim, o próprio interessado no cargo vota, podendo facilmente reeleger, caso seja ele concorrente único manipulando os conselheiros. Ou ainda, caso ele use de má fé, pode induzir os conselheiros a não aceitar o candidato postulante, para posteriormente continuar no cargo a pedido do próprio colegiado, junto à Secretaria da Educação, ainda que não tenha passado no concurso preliminar.
Quarto, o diretor atual, após deixar o cargo, assume suas funções anteriores sem nenhuma gratificação salarial pelos anos prestados numa função de alta relevância e de grande responsabilidade. Em suma, ele volta a receber o salário de professor e, assim, todo seu trabalho passa a não ser reconhecido pelo Estado.
O que está acontecendo é que, infelizmente, muitos bons e capacitados profissionais da Educação não querem concorrer ao cargo de diretor, por não ver beneficio algum.
Pelo contrario, só terá muita responsabilidade, cobranças e total indiferença do poder público.
Tudo em troca de um salário que pode parecer vantajoso, mas que se torna irrisório em relação à responsabilidade do cargo.
Com participação de Ataíde Lemos
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1 Comentário:
Fiquei muito feliz em ver este Artigo com a minha participação. Realmente, precisa mudar esta politica que está havendo na educação em Minas. É preciso estimular o educador, se deseja eficiencia, e não fazer o contrario como esta bem colocado no Artigo, abraços
Ataíde Lemos
www.ataide.recantodasletras.com.br
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