Pelo menos é o que prevê Geraldo Elísio em seu editorial de hoje para Novo Jornal, o último fiapo de decência do jornalismo da capital das Gerais.
E este Língua de Trapo não esconde a sua satisfação por essa alvissareira possibilidade, pois além do Brasil não perder absolutamente nada com isso, de quebra, faturo uma caixa de Obrama geladinha que foi devidamente apostada com um aecista juramentado.
AÉCIO NEVES E O SENADO
Por Geraldo Elísio
“Não há futuro seguro a não ser aquele que se apóia no passado.” – Maquiavel, em “O Príncipe.”
O que o Novojornal anunciou em primeira mão com muitos dias de antecedência, a não ser que venha a ocorrer uma enorme mudança de rumos, acabou sendo confirmado pelo deputado Paulo Abi Akel: “O governador Aécio Neves já admite ser candidato ao Senado”.
Paulo Abi Akel, de formação pessedista, jamais daria tal informação à imprensa sem a devida orientação de Aécio, da mesma forma que ele também com as suas raízes fincadas no PSD onde, entre tantas “raposas” da política mineira, pontificou o doutor Tancredo Neves.
Em termos de sabedoria pessedista, soou estranho outra afirmação de Paulo Abi Akel, segundo a qual o governador de Minas poderá concretizar tal decisão com o propósito de vir a ser o futuro presidente do Senado Federal.
Isto confirma recente análise feita por este repórter, mostrando que nos tempos atuais os candidatos aos cargos eletivos, se eleitos, no dia seguinte relegam exuberantes programas de governo anunciados em programas eleitorais da propaganda permitida em Lei e já começam a sonhar com degraus maiores.
Nada de mais esta ambição, desde que os pretendentes aos vôos mais altos executem primeiro as etapas iniciais de cada jornada. Pelo visto, depois de trabalhar oito anos no sentido de vir a ser o candidato de seu partido à Presidência da República, o que é perfeitamente legítimo, embora no caso em tela tenham ocorrido algumas precipitações, Aécio Neves inaugura um novo estilo: não espera nem se eleger, já vai longo apontando o rumo para o qual, se eleito rumará.
E, nas coortes de correligionários, posições como esta, enunciadas com antecedência, logo se transformam em dogmas. Quase com o timbre de infalibilidade papal.
Por muitos anos os aficionados do esporte acreditaram num suposto diálogo do jogador Mané Garrincha com o técnico Vicente Feola, onde, após receber as instruções táticas devidas, o atleta teria perguntado: “Seo” Feola, o senhor já combinou isto com o lado de lá?
O escritor e jornalista Ruy Castro, em seu livro “Estrela Solitária”, uma biografia de Garrincha, desmente o fato, mas em qualquer situação, principalmente a atividade política, nada pode se viabilizar sem que haja entendimento com o outro lado. Excetuadas a imposição ou o balcão.
Minas ressente de uma maior presença no cenário nacional, porém não se preocupa em estudar as causas que levaram-na ao atual declínio, principalmente transformar-se em epicentro dos últimos grandes escândalos nacionais, sempre abafados, inclusive com censura aos meios de comunicação.
Quando o ex-governador Hélio Garcia ocupava o Palácio da Liberdade tornou-se voz corrente a expressão: “A esfinge do Mangabeiras.” O que ninguém observou é que este silêncio do então governador decorria muito mais de uma falta de posição do que sabedoria.
Antes, ao longo da história, Minas, com os seus grandes políticos, com avidez conquistava ministérios políticos, enquanto São Paulo optava pelos ministérios econômicos. Os tempos foram passando, a economia ganhou predominância sobre a política e os mineiros, pouco afeitos a estudos mais profundos, ficaram à margem do caminho.
Existem duas grandes armas a ser utilizadas. Lógico, cada uma no momento adequado em que forem requeridas: o grito e o silêncio. Optar apenas pelo grito leva à histeria. E o silêncio permanente produz a morte por inanição. Alienar-se de tudo o que ocorrer, transformar o que é o nosso desejo em “realidade” é uma falsa premissa e conduz à inanição.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta.
gelisio@novojornal.com
3 comentários:
Boa tarde Língua de Trapo,ele acreditou em FHC e Serra, além de se fiar nos membros do "grande partido sem povo" o PSDB.
Abraços
Helio
É verdade Hélio, mas eu espero que essa fraude política desapareça na sua própria insignificância, apesar do alto custo que o povo mineiro vai pagar para bancar a conta que forjou este estadista de araque.
Poxa,que pena!!Eu estava gostando tanto da candidatura dele,ja tava ate pensando em dar umas sugestoes para o seu governo:
-Transferir a capital pro RJ,por questoes de facilitar o fornecimento de generos de 1a necessidade a presidencia
-Chamar o Beira mar pra chefiar a segurança
-O Abadia pra ministro das relacoes exteriores
-o PCC substituir a PF
-Substituir a farinha de trigo do paozinho,por uma "similar"
-Ja que le desistiu mesmo,entao...
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