Editorial de Geraldo Elísio para o Novo Jornal, o último fiapo de decência no jornalismo da capital das Gerais.
“Pelo rei, muitas vezes; pela Pátria sempre.” – Frase de João Batista Colbert, estadista francês, discípulo de Giulio Raimondo Mazzarino, o cardeal Mazzarino.
Ao tempo em que o “Farol de Alexandria”, conhecido também como Fernando Henrique Cardoso ou FHC, entregava o Brasil aos interesses multinacionais a custo zero, comprava o seu segundo mandato e impedia a apuração de todo tipo de irregularidades denunciadas em sua administração, um dos políticos mais sérios de tantos que conheci na vida, Aureliano Chaves de Mendonça me concedeu uma entrevista que até hoje guardo gravada em fita cassete.
Era um nacionalista convicto, humilde e de mãos limpas. Mesmo tendo sido vice-presidente do general João Baptista Figueiredo e governador por escolha indireta de Minas, insurgiu contra os governos militares várias vezes. Quase foi cassado por ter votado contra a punição ao então deputado Márcio Moreira Alves. Foi contra a expulsão do País dos frades dominicanos Aristides Camio e François Gouriou. Apoiou Tancredo Neves como candidato à Presidência da República e foi um dos que abriram o caminho para a redemocratização do Brasil.
Revoltado com as “privatidoações” que transformaram o vampiresco Fernando Henrique Cardoso em lesa-pátria de igual grandeza ao traidor Joaquim Silvério dos Reis, que denunciou a Inconfidência Mineira e entregou José Joaquim da Silva Xavier, o “Tiradentes”, a dona Maria “A Louca”, Aureliano Chaves protestou com veemência contra o processo de desnacionalização do Brasil e a submissão de FHC aos interesses do FMI e a onda de desemprego que ele provocava, alertando para os malefícios do neoliberalismo, o que acabou por desembocar na atual crise que apavora o mundo.
Na entrevista, o ex-vice-presidente da República e ex-governador de Minas comenta com ironia que o Brasil não estava precisando de um professor, mas sim de um administrador. E acrescentou às suas advertências que, em todos os países ditos de primeiro mundo, a eficácia dos governantes é medida pela capacidade que eles têm de criar empregos, “enquanto no Brasil o presidente Fernando Henrique Cardoso tem a sua eficiência medida pelo número de desempregos que ele cria.”
O mesmo FHC que massacrou os aposentados e agora sabemos, tem uma filha que é funcionária fantasma do Congresso Nacional, lotada no gabinete do deputado federal Heráclito Fortes.
Segundo o colunista Carlos Chagas, um dos melhores e mais bem informados jornalistas do País, na “Tribuna da Imprensa”, do mestre Hélio Fernandes, agora Fernando Henrique Cardoso, sob o disfarce de lobo em pelo de cordeiro, quer voltar à Presidência da República.
O seu propósito é certamente dar continuidade ao processo de entrega das riquezas nacionais aos interesses estrangeiros e destruir ainda mais as conquistas sociais dos trabalhadores brasileiros, principalmente neste momento em que ninguém é capaz de explicar como escapou pelo ralo tanto dinheiro roubado e para quais bolsos eles foram, com os governos mundiais se unindo num tour de force para salvar a pilantragem enquanto o povo se lasca.
Aliás, Hélio Fernandes não se cansa de denunciar o emtreguismo de FHC.
Recentemente este repórter conversou com um respeitável chefe militar. Assunto: conjunturas internacional e nacional. O velho soldado explicou que as Forças Armadas brasileiras “não podem, não devem e nem querem assumir o Poder, acrescentando: 64 nunca mais”.
Entretanto, demonstrou preocupação com a possibilidade de rebeliões espontâneas de rua, provocadas não por razões políticas ou ideológicas, mas em função de desesperos originados do desemprego, da fome, do subemprego e de tantos outros males que navegam na esteira da crise. Se isto acontecer, disse ele, “ninguém poderá prever resultados. Não estão querendo entregar os anéis e terminarão por perder os dedos.”
Mas Fernando Henrique Cardoso em sua sede, desmesurada sede de poder, não se preocupa com tais aspectos. Quer voltar, se possível para ser presidente vitalício. Com a sua habilidade de camaleão, ou seja, o mimetismo que o faz adaptar-se a qualquer ambiente, desde que este atenda aos seus propósitos, travestido de mediador entre os conflitos dos governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, o que ele é mesmo é o seu próprio candidato à sucessão de Lula. Lembrem-se, Carlos Chagas é muito bem informado.
E sabe-se lá por qual mágica com o silêncio da grande imprensa relativamente a tudo o que é feito pelo maléfico FHC, segundo o doutor Tancredo Neves, em frase dita a outro grande jornalista brasileiro, o ícone Mauro Santayana, “Fernando Henrique é tão vaidoso que acha que é bonito.”
Mas os tempos mudaram. A Internet, queiram ou não queiram, goste ou não goste, é um fator novo a influir no processo eleitoral. FHC já não pode mais contar com tanto silêncio a seu favor, sabe-se lá obtido a que preço. Ele, de quem também o doutor Tancredo Neves disse ao mesmo Mauro Santayana, não saber o que mais o preocupava, “a suposta loucura do Darcy Ribeiro ou a suposta lucidez de Fernando Henrique Cardoso.”
Não se ensina Padre Nosso a vigário, mas é lógico que a genialidade do professor Darcy Ribeiro nunca foi sintoma de loucura, da mesma forma que as distorções de caráter de FHC são patenteadas, ainda que ele tenha pedido ao “respeitável público” que esquecesse tudo o que ele escreveu.
Por uma questão de lucidez esqueci, mas pela mesma razão tatuei a solicitação na memória. E acredito que o povo brasileiro também.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta.
gelisio@novojornal.com
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