Editorial de Geraldo Elísio para o Novo Jornal
EU SOU O MEU PROJETO
“Este rapaz guarda ódio na geladeira” – Tancredo Neves referindo-se ao então senador Itamar Franco.
Itamar Franco, “o galã do Paraibuna” ou “O Homem do Juízo de Fora”, segundo a revista Veja, parece ter como missão trair. Ele é o seu próprio projeto.
O primeiro embate foi com o doutor Tancredo Neves, logo após a eleição do adversário para o Palácio da Liberdade, derrotando Eliseu Resende.
Depois Itamar, que se diz “apaixonado” pelo PMDB, alegando a sua condição de fundador do MDB e posteriormente PMDB, conhecedor de que seria derrotado por Newton Cardoso na escolha do candidato do partido à sucessão de Hélio Garcia, em 1986, traiu o seu próprio partido, criou uma dissidência e fundou um partido de fachada, terminando por ter sido derrotado por Cardoso.
Na sequência da sua história política foi o vice de Fernando Collor de Mello que acabou “impichado”, Itamar cumprindo como presidente da República os dois últimos anos que faltavam para o cumprimento do mandato. PC Farias era o tesoureiro da campanha.
Collor sempre destacou ter sido traído por Itamar. O ex-deputado estadual Geraldo Santana, em um livro escrito sobre a trajetória política dele, Santana, em determinando momento, deixa transparecer que Itamar trabalhou mesmo para derrubar Fernando Collor.
Como herança de sua passagem pela Presidência da República, Itamar legou ao Brasil a figura de Fernando Henrique Cardoso, o FHC, que logo depois de eleito se transformou em seu principal adversário.
Inclusive, para “evitar uma invasão de Minas por parte de Fernando Henrique”, o então governador Itamar Franco, que “superando as divergências” de 86, já estava unido a Newton Cardoso, que foi o seu vice, colocou carros anti-motim da Polícia Militar em frente ao Palácio da Liberdade e “ninjas” nas sacadas do edifício. Ao ridículo levou a revista Veja a premiá-lo com uma capa onde o mesmo aparece vestido como “Napoleão de Hospício” e o título “O homem do juízo de fora”.
Sobre as pazes com Newton Cardoso foi fácil de fazer. Em 1986, enquanto Minas “rachava ao meio”, os dois tinham um acordo que foi redigido em casa do ex-deputado estadual João Jaciel Pereira, que recentemente trouxe este fato a público, contando o episódio em uma reunião informal do IPLEMG. Jaciel completou que a redação ficou a cargo do ex-coordenador da campanha itamarista, o professor Ivan Barbosa Afonso. Newton diz que o acordo descumprido deixa mal a Itamar.
Outro acordo foi firmado posteriormente e confirmado por Newton, para ele ceder o lugar a Itamar e sair como vice, o que acabou acontecendo. Da mesma forma que aconteceu nova briga entre eles, beneficiando-se disto o atual governador Aécio Neves, que foi eleito e reeleito governador de Minas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que durante a campanha eleitoral recebeu apoio de Itamar, logo depois de eleito foi mimoseado com outra traição. Itamar chegou a dizer que ele estava parecendo um Nabucodonosor.
Agora Itamar Franco, se prepara para nova traição, desta vez envolvendo Aécio Neves, avaliando um convite para integrar o PPS – convite de Roberto Freire – e ser o candidato a vice de José Serra. Logo Itamar que tirou uma foto junto a Aécio e José Alencar, com a legenda: “Unidos contra São Paulo”.
Roberto Freire diz que isto não é movimento de xadrez, frisando que Itamar “vai mesmo para o jogo”. Na tentativa de unir os dois maiores colégios eleitorais do País contra a situação, é de se lembrar também que Itamar, quando da fundação do PSDB de Serra, disse que não iria por entender que havia muitos PHD’s entre os tucanos.
Porém, como sina é sina, Itamar – a conferir – deverá seguir o seu destino, o de trair.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
gelisio@novojornal.com
3 comentários:
Poder sempre é poder!Eles vendem à alma em troca poder.
Abrs.
Eu quero ver o Itamar no mesmo palanque com o FHC. Vai ser uma piada o Itamar explicando ao povo que se enganou ao chamar FHC de impostor e traidor.
Pois quero mais que o Itamar consiga dois feitos de uma vez: derrube Serra e Aécio com uma rasteira só. Isso sim, vai ser divertido demais. Comparsas e discípulos de FHC têm mais é que cair em um poço de cabeça pra baixo, junto com ele.
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