Por Geraldo Elísio
“Bobo em política é quem vira suplente” – Ditado comum entre os políticos brasileiros.
O “Marajá do Jegue”, ou seja, Ciro Gomes, veio a Belo Horizonte e promoveu um encontro com o governador, que o internauta Gilson Lima chama de “Aócio Neves”. O cearense reafirmou que se o candidato tucano for o mineiro, ele renunciará à disputa pela sucessão de Lula. Foi o que bastou para alvoroçar alguns peemedebistas e jornalistas mineiros, que a partir deste episódio já enxergam Aécio subindo a rampa do Palácio do Planalto e com direito a uma foto com uma faixa de gorgorão atravessada no peito.
Não sei por qual razão, de uns tempos para cá Minas Gerais vive a estranha mania de vivenciar o desejo, como se ele fosse a realidade. Elaboremos uma série de perguntas fundamentais – afinal perguntar não ofende – para podermos entender a situação na sua plena realidade.
Primeiro: Se todos eles, políticos e jornalistas mineiros, lêem no episódio uma manobra “genial” de Aécio para derrubar o governador de São Paulo, José Serra e seus estrategistas de campanha ignoram isto?
Segundo: sabendo que não pode contar com o apoio de Aécio em sua pretensão de ser presidente da República e antevendo que poderá ser “cristianizado em Minas”, o que é uma redundância, Serra não terá um comportamento idêntico em São Paulo, ou seja, não trairá Aécio?
Terceiro: Ciro Gomes, o “Marajá do Jegue”, está a favor de quem? Que ele não engole Serra todo mundo sabe! ”Mas isto lhe confere direitos para trair o presidente Lula, de quem se diz aliado? Ou o presidente Lula estará traindo a ministra chefe da Casa Civil, dona Dilma Rousseff? Ou então, em conluio, Lula e Dilma acordam com tais manobras?
Quarto: se for verdade a última questão do terceiro item, isto pode ou não ser um indicativo de que dona Dilma Rousseff “taxia ainda sem conseguir decolar e a aeronave vê chegar ao fim a extensão da pista, o que obrigará o piloto a reverter os flaps?” Traduzindo em bom português: estará o presidente Lula consciente de que apesar de seus bons índices nas sondagens de opinião pública, Dilma não emplaca e que ele é incapaz de transferir votos? Claro, política é um jogo complexo. Mas “o filho do Brasil” – nós todos somos presidente, nós todos, inclusive os aposentados – não evidencia com isto os seus receios.
Este repórter conviveu muito – fui locutor esportivo em meu início de carreira – com um técnico de futebol chamado dom Miguel Trinchant. E como é óbvio fazia perguntas óbvias que eram obviamente respondidas. Indagava a dom Miguel se o clube que ele dirigia iria vencer a partida? O velho sempre demonstrava a sua crença na vitória, mas sabe-se lá por quais razões, talvez precaução, sempre aduzia um ditado espanhol. “Yo no creo em brujarias, pero que las hay, hay!” Ou seja, “eu não creio em bruxas, mas que elas existem, existem!”
E em sendo assim, mesmo fora do período e Halloween, antevendo uma revoada de vassouras pelos ares, “algo mais no céu do que os aviões de carreira”, como disse Aparício Torelli, o “Barão de Itararé”, o presidente Lula, a titulo de salvar o Projeto PT que lhe confere 80% de popularidade, não poderá querer uma prorrogação de mandatos que levará à coincidência de todas as eleições? Aposto que ninguém irá reclamar. Parlamentares lamentam cassações e perdas de eleições, nunca a ampliação de seus mandatos.
Até porque Ciro Gomes, o “Marajá do Jegue”, e Aécio podem não estar bem com o eleitorado feminino. Ciro por ter dito na eleição passada que a função que caberia à pretérita futura primeira dama seria desempenhada “na cama.” E Aécio Neves, segundo a lógica do deputado estadual Sávio de Souza Cruz, sem maiores explicações, “porque se alguém fizer oposição, ele bate na gente”. Como se vê muita água ainda correrá sobre a ponte.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
gelisio@novojornal.com
“Bobo em política é quem vira suplente” – Ditado comum entre os políticos brasileiros.
O “Marajá do Jegue”, ou seja, Ciro Gomes, veio a Belo Horizonte e promoveu um encontro com o governador, que o internauta Gilson Lima chama de “Aócio Neves”. O cearense reafirmou que se o candidato tucano for o mineiro, ele renunciará à disputa pela sucessão de Lula. Foi o que bastou para alvoroçar alguns peemedebistas e jornalistas mineiros, que a partir deste episódio já enxergam Aécio subindo a rampa do Palácio do Planalto e com direito a uma foto com uma faixa de gorgorão atravessada no peito.
Não sei por qual razão, de uns tempos para cá Minas Gerais vive a estranha mania de vivenciar o desejo, como se ele fosse a realidade. Elaboremos uma série de perguntas fundamentais – afinal perguntar não ofende – para podermos entender a situação na sua plena realidade.
Primeiro: Se todos eles, políticos e jornalistas mineiros, lêem no episódio uma manobra “genial” de Aécio para derrubar o governador de São Paulo, José Serra e seus estrategistas de campanha ignoram isto?
Segundo: sabendo que não pode contar com o apoio de Aécio em sua pretensão de ser presidente da República e antevendo que poderá ser “cristianizado em Minas”, o que é uma redundância, Serra não terá um comportamento idêntico em São Paulo, ou seja, não trairá Aécio?
Terceiro: Ciro Gomes, o “Marajá do Jegue”, está a favor de quem? Que ele não engole Serra todo mundo sabe! ”Mas isto lhe confere direitos para trair o presidente Lula, de quem se diz aliado? Ou o presidente Lula estará traindo a ministra chefe da Casa Civil, dona Dilma Rousseff? Ou então, em conluio, Lula e Dilma acordam com tais manobras?
Quarto: se for verdade a última questão do terceiro item, isto pode ou não ser um indicativo de que dona Dilma Rousseff “taxia ainda sem conseguir decolar e a aeronave vê chegar ao fim a extensão da pista, o que obrigará o piloto a reverter os flaps?” Traduzindo em bom português: estará o presidente Lula consciente de que apesar de seus bons índices nas sondagens de opinião pública, Dilma não emplaca e que ele é incapaz de transferir votos? Claro, política é um jogo complexo. Mas “o filho do Brasil” – nós todos somos presidente, nós todos, inclusive os aposentados – não evidencia com isto os seus receios.
Este repórter conviveu muito – fui locutor esportivo em meu início de carreira – com um técnico de futebol chamado dom Miguel Trinchant. E como é óbvio fazia perguntas óbvias que eram obviamente respondidas. Indagava a dom Miguel se o clube que ele dirigia iria vencer a partida? O velho sempre demonstrava a sua crença na vitória, mas sabe-se lá por quais razões, talvez precaução, sempre aduzia um ditado espanhol. “Yo no creo em brujarias, pero que las hay, hay!” Ou seja, “eu não creio em bruxas, mas que elas existem, existem!”
E em sendo assim, mesmo fora do período e Halloween, antevendo uma revoada de vassouras pelos ares, “algo mais no céu do que os aviões de carreira”, como disse Aparício Torelli, o “Barão de Itararé”, o presidente Lula, a titulo de salvar o Projeto PT que lhe confere 80% de popularidade, não poderá querer uma prorrogação de mandatos que levará à coincidência de todas as eleições? Aposto que ninguém irá reclamar. Parlamentares lamentam cassações e perdas de eleições, nunca a ampliação de seus mandatos.
Até porque Ciro Gomes, o “Marajá do Jegue”, e Aécio podem não estar bem com o eleitorado feminino. Ciro por ter dito na eleição passada que a função que caberia à pretérita futura primeira dama seria desempenhada “na cama.” E Aécio Neves, segundo a lógica do deputado estadual Sávio de Souza Cruz, sem maiores explicações, “porque se alguém fizer oposição, ele bate na gente”. Como se vê muita água ainda correrá sobre a ponte.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
gelisio@novojornal.com
1 Comentário:
è, Pois é! Mais vai dar Dilma!!! queira o Elísio ou não!
Ruy Barbosa maciel- Governador Valadares MG
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