- JESUS, ME ADICIONA !
Mas, antes que vocês comecem a ler a matéria, se é que pode ser chamada assim um coisas dessas e, me dêem uma reprimenda pela minha falta de respeito pela perda sofrida por Bruno e seus amigos, eu convido os leitores deste insensível Lingua de Trapo para fazer um exercício de imaginação, apenas isto e, produzir uma versão tão apaixonada e indignada quanto a de Bruno Astuto que descreva com precisão, o extermínio prematuro de uma promissora família palestina atingida durante a madrugada por um míssil israelense.
Eu quero crer que para tudo há limite, inclusive para se referir ao clichê "passando desta para melhor" que ao meu entendimento, só tem serventia quando se trata da morte de pobre ou mesmo das centenas de palestinos que estão sendo massacrados pelo exército de Israel neste exato momento.
02/01/2009
Prestem atenção nas datas:
Escrevi e não publiquei em 02/01/2009
Não resisti em comentar esta notícia publicada por Bruno Astuto na edição on-line do jornal O Dia que reproduzo ao final da postagem.
Escrevi e não publiquei em 02/01/2009
Não resisti em comentar esta notícia publicada por Bruno Astuto na edição on-line do jornal O Dia que reproduzo ao final da postagem.
Mas, antes que vocês comecem a ler a matéria, se é que pode ser chamada assim um coisas dessas e, me dêem uma reprimenda pela minha falta de respeito pela perda sofrida por Bruno e seus amigos, eu convido os leitores deste insensível Lingua de Trapo para fazer um exercício de imaginação, apenas isto e, produzir uma versão tão apaixonada e indignada quanto a de Bruno Astuto que descreva com precisão, o extermínio prematuro de uma promissora família palestina atingida durante a madrugada por um míssil israelense.
Eu quero crer que para tudo há limite, inclusive para se referir ao clichê "passando desta para melhor" que ao meu entendimento, só tem serventia quando se trata da morte de pobre ou mesmo das centenas de palestinos que estão sendo massacrados pelo exército de Israel neste exato momento.
02/01/2009
Magnata alemão morre atingido por embarcação durante Réveillon em Paraty
Em desespero, os atores Fernanda Lima (a talentosa) e Rodrigo Hilbert (nunca ouvi falar) se jogam na água, mas não evitam o pior.
Bruno Astuto (O Hélio Borba me apresentou. Sou muito grato por isso e, afirmo, mudou minha vida!)
Rio - É uma pena, meus queridos, começar o ano com uma notícia tão triste. Na véspera do Réveillon, início da tarde do dia 31 em Paraty, todos se preparavam para o almoço de fim de ano que os queridos Luiz Oswaldo Pastore e Carol Overmeer organizaram em sua casa na região do Mamaguá Esquerdo para confraternizar com os amigos paulistanos que invadiram a cidade.
Um dos hóspedes da casa, o empresário alemão Christian Martin Wölffer, resolveu sair para nadar. Momentos depois, do nada, todos avistaram Wölffer acenando desesperadamente para a margem, pedindo socorro. Rodrigo Hilbert, herói na ficção como o surfista Gregg de ‘Três Irmãs’ e na vida real, e sua Fernanda Lima, não titubearam e correram para a água. O ator levou Wölffer até a margem do Rio Perequê, mas não conseguiu salvá-lo. Às 15h28, o empresário chegou morto à Casa da Misericórdia de Paraty, no bairro do Pontal, com lesão grave toraco-lombar. De lá, o corpo foi levado para o IML de Angra dos Reis.
Segundo o inspetor Guaraci Martins, da 167º DP, nenhuma testemunha relatou ter visto qualquer lancha no local do acidente, mas tudo leva a crer que foi esse o motivo do ocorrido, tamanha a profundidade da perfuração, de 15 cm. As investigações começam ainda hoje e o caso está sendo preliminarmente tratado como homicídio culposo.
Wölffer tinha 69 anos e era um dos personagens mais queridos da região dos Hamptons, o balneário de luxo próximo a Nova Iorque, destino preferido dos ricos e famosos. Há 22 anos, esse alemão nascido em Hamburgo teve a visão de transformar uma simples fazenda de plantação de batatas num dos vinhedos mais classudos do mundo, o Wolffer Estate, que tem entre fãs e consumidores costumazes nomes como Billy Joel, Bill Murray e Harry Smith.
Familiares, amigos e anfitriões estão evidentemente consternados com a tragédia. A assessoria do Wolffer State declarou que a família e a empresa emitirão em breve um comunicado oficial e que “estão todos transtornados”. Sua filha chega hoje ao Rio para recuperar o corpo do pai.
É o que eu digo e repito sempre: até quando vamos conviver com tragédias como essa nos mares de Angra e Paraty? Todos os anos vêm notícias de lanchas decepando, ferindo e matando pessoas. Urge, mais do que nunca, colocar uma ordem nessa bagunça.
O tráfego marítimo da região ultrapassou o limite do suportável. A Costa Verde virou um Triângulo das Bermudas fluminense, e navegar por aquelas águas se tornou uma verdadeira roleta-russa.
No Dentista, crianças nadam entre lanchas e iates com motores ligados. À noite, mesmo com GPS e a experiência dos marinheiros, vez por outra acontecem acidentes inexplicáveis, como o que vitimou socialites em recente casamento em Paraty, também noticiado por esta coluna. Blitz na Costa Verde já! Estamos de olho e vamos cobrar...
Hoje, 09/01/2010
O melhor vem agora, lambido do excelente The Classe Média Way of Life, o blog que está fazendo, digamos assim, um valioso "inventário" do jeito da classe média ser, de viver e de perceber os outros.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Em desespero, os atores Fernanda Lima (a talentosa) e Rodrigo Hilbert (nunca ouvi falar) se jogam na água, mas não evitam o pior.
Bruno Astuto (O Hélio Borba me apresentou. Sou muito grato por isso e, afirmo, mudou minha vida!)
Rio - É uma pena, meus queridos, começar o ano com uma notícia tão triste. Na véspera do Réveillon, início da tarde do dia 31 em Paraty, todos se preparavam para o almoço de fim de ano que os queridos Luiz Oswaldo Pastore e Carol Overmeer organizaram em sua casa na região do Mamaguá Esquerdo para confraternizar com os amigos paulistanos que invadiram a cidade.
Um dos hóspedes da casa, o empresário alemão Christian Martin Wölffer, resolveu sair para nadar. Momentos depois, do nada, todos avistaram Wölffer acenando desesperadamente para a margem, pedindo socorro. Rodrigo Hilbert, herói na ficção como o surfista Gregg de ‘Três Irmãs’ e na vida real, e sua Fernanda Lima, não titubearam e correram para a água. O ator levou Wölffer até a margem do Rio Perequê, mas não conseguiu salvá-lo. Às 15h28, o empresário chegou morto à Casa da Misericórdia de Paraty, no bairro do Pontal, com lesão grave toraco-lombar. De lá, o corpo foi levado para o IML de Angra dos Reis.
Segundo o inspetor Guaraci Martins, da 167º DP, nenhuma testemunha relatou ter visto qualquer lancha no local do acidente, mas tudo leva a crer que foi esse o motivo do ocorrido, tamanha a profundidade da perfuração, de 15 cm. As investigações começam ainda hoje e o caso está sendo preliminarmente tratado como homicídio culposo.
Wölffer tinha 69 anos e era um dos personagens mais queridos da região dos Hamptons, o balneário de luxo próximo a Nova Iorque, destino preferido dos ricos e famosos. Há 22 anos, esse alemão nascido em Hamburgo teve a visão de transformar uma simples fazenda de plantação de batatas num dos vinhedos mais classudos do mundo, o Wolffer Estate, que tem entre fãs e consumidores costumazes nomes como Billy Joel, Bill Murray e Harry Smith.
Familiares, amigos e anfitriões estão evidentemente consternados com a tragédia. A assessoria do Wolffer State declarou que a família e a empresa emitirão em breve um comunicado oficial e que “estão todos transtornados”. Sua filha chega hoje ao Rio para recuperar o corpo do pai.
É o que eu digo e repito sempre: até quando vamos conviver com tragédias como essa nos mares de Angra e Paraty? Todos os anos vêm notícias de lanchas decepando, ferindo e matando pessoas. Urge, mais do que nunca, colocar uma ordem nessa bagunça.
O tráfego marítimo da região ultrapassou o limite do suportável. A Costa Verde virou um Triângulo das Bermudas fluminense, e navegar por aquelas águas se tornou uma verdadeira roleta-russa.
No Dentista, crianças nadam entre lanchas e iates com motores ligados. À noite, mesmo com GPS e a experiência dos marinheiros, vez por outra acontecem acidentes inexplicáveis, como o que vitimou socialites em recente casamento em Paraty, também noticiado por esta coluna. Blitz na Costa Verde já! Estamos de olho e vamos cobrar...
Hoje, 09/01/2010
O melhor vem agora, lambido do excelente The Classe Média Way of Life, o blog que está fazendo, digamos assim, um valioso "inventário" do jeito da classe média ser, de viver e de perceber os outros.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
dica 040 - Ficar chocado quando um rico morre tal qual um pobre
Um bom método para identificar a prática do médio-classismo, consiste em analisar a reação de uma pessoa a notícias sobre morte. Neste caso, consideremos as situações onde tenha morrido alguém sem ligações afetivas ou sociais com o analisado, aquelas mortes de desconhecidos que a televisão sempre noticia.
A época da estação das chuvas, conjugada ao período das festas que vai do natal ao carnaval, é muito propícia para a prática dos métodos de identificação de médio-classista. Com ela vem a certeza de que muita gente vai partir do mundo dos vivos, nas grandes ceifadas sazonais que a Dona Morte promove durante estas datas, seja via acidentes nas estradas, deslizamentos de encostas, enchentes ou coisas do gênero. Quem quer realmente aprender a ser da Classe, que tome assento e tome nota quando perceber um médio-classista assistindo às notícias do temporal no jornal da noite.
Fundamentalmente, na ótica da Classe Média, tais fatalidades podem ser classificadas em dois tipos: a “desgraça”, algo corriqueiro e inerente à existência dos pobres e favelados, e a “tragédia que abalou a família brasileira”, que, grosso modo, vem a ser uma “desgraça”, mas com rico no meio.
A desgraça é um evento com o qual o médio-classista lida muito bem. Pobres morrem o tempo todo, das mais variadas formas. Isso é normal. Está tudo bem, desde que não seja durante o expediente ou na véspera da faxina. Mas atenção: a Classe Média tem coração. Quem quiser praticar um pouco de médio-classismo durante a cobertura televisiva de uma desgraça, deve separar meio minuto do seu dia para sentir pena. Depois, é só voltar ao que estava fazendo.
A tragédia que abalou a família brasileira, por sua vez, é algo capaz de indignar profundamente a alma dos classistas. Consiste na morte de um rico (ou mesmo um médio-classista respeitado em seu meio) em circunstâncias em que normalmente só morreriam pobres. E não interessa se o morto era conhecido ou não. A Classe tem o sentimento de bando, e uma baixa dessa natureza costuma deflagrar um luto, mesmo que contido, em pessoas que nem sabem o nome completo da vítima. Mas quando o falecido é alguém muito mais rico (porque Classe Média não é rico), o sentimento é mais forte, afinal, qualquer pessoa que seja mais rica que um médio-classista, é considerada por este como um semi-ídolo.
Contudo, algo que vai além disso incomoda muito o cidadão da Classe: ter o mesmo fim que o pobre. Pior mesmo é se for por um motivo tradicionalmente utilizado pelos pobres. A permanência em vida não é algo exclusivo, não dá pra fazer disso um clubinho só pra ver os pobres do lado de fora, assistindo Amaury Júnior e sonhando em entrar um dia. A condição de mortal faz todo mundo, em última instância, ser igual, não interessa se a tela mágica da sala de estar só mostra vídeos, fotos e depoimentos a respeito de alguém que a Classe considera um dos seus. (Queriam o quê? Que o aparelho sagrado ficasse perguntando a opinião dos pobres que sobreviveram?) Talvez por isso, por essa falta de reconhecimento à importância do médio-classismo praticante, morrer seja considerado pela Classe uma tragédia tão trágica, sem o perdão da redundância.
8 comentários:
É um absurdo! Rico não pode morrer em avalanche de terra, árvores e pedras. Seria legal numa avalanche de neve em Aspen ou Alpes. Que mau gosto!!!
A verdade nua e crua nem sempre é bonita ou orgulha nossa civilização!
Um "rico" quando morre significa geralmente uma perda para a sociedade. De uma forma ou outra os "ricos" contribuem para uma sociedade melhor e quase sempre sustentam uma dúzia de "pobres"; E esses, os "pobres", quando morrem "aliviam" de uma forma ou outra a sociedade, no mínimo abrem mais uma vaga para um serviçal qualquer.
Quem disse que o homem vale pelo que énão pelo que possue, era uma pessoa muito gentil...
Entendo o que você diz, e sempre fico revoltado com esse comportamento, mas que deve ser atribuído aos meios de comunicação. Pois, se a Globo faz sensacionalismo com a menina Nardoni ou a essa moça da pousada, ricos, médios e pobres (numericamente muitos mais) embarcam da mesma forma.
Outra coisa a se considerar é que os estratos sociais não pensam monoliticamente, e de acordo com seus interesses, caso contrário não existiria tanto pobre de direita, nem os quadros da esquerda seriam ocupados pelo menos em sua metade por intelectuais da média/elite.
Eu sou da classe média, alta talvez, e não apresento este comportamento. Acho muito importante discutir fenômenos de classe, mas altamente contraproducente instilar o ódio classista.
Leonardo, longe de mim querer instilar o ódio de classes mas, convenhamos e acredito eu, este esteriótipo da classe média criado pelo Pierre tem mais a ver com uma forma de pensamento do que divisão econômica de classes. No entanto entendo sua preocupação, pois generalismos costumam ser cruéis.
"Seu" Língua, aquele moço sorridente é o Bruno Astuto?
O próprio!
é rico quando morre é uma perda, quando se é pobre, já foi tarde,coisas da vida e da morte, na segunda tudo fica igual, não há diferença cremado ou enterrado, vira pó do mesmo jeito,
estou avisando os amigos sobre um sociopata que está invadindo blogs, com intuito de estragar nosso trabalho, passou pelo meu blog, deixou suas nojices registradas, entrei no blog do famigerado, é uma aberração, não possui nem perfil, é um anônimo nocivo
http://se7emeio.blogspot.com, se achar conveniente dê uma olhada, tenha um om dia
Concordo que foi nojento e desnecessário o teor da notícia do Bruno Astuto. Mas isso é apenas reflexo de como a nossa sociedade brasileira está.
O que lamento mais ainda é o blog The Classe Média Way of Life. Recentemente, o ato de criticar, tirar sarro e ser irônico em temas de comportamento social está na moda mais do que nunca. Não param de pipocar blogs e mais blogs, comediantes de stand up e amadores desprezíveis correlatos. A minha lamentação está no fato de que os seus respectivos autores não diferem em nada das pessoas que eles criticam. Eles simplesmente não produzem nada! Com tanta coisa a ser feita e mais efetiva...
Não é por esse caminho que a sociedade a nossa volta será transformada. Pode ser engraçado, divertido e fácil (criticar atrás de um notebook em qualquer "cyber café" então...), mas essa mania de "classificação social", de enquadrar pessoas sob rótulos e padrões, gera efeitos contrários e nocivos.
Falem menos, critiquem menos e sirvam mais a quem precisa ou se coloquem a disposição daquilo que precisa ser feito.
Postar um comentário