Lambido do Novo Jornal
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Papai, falaram que a Praça da Liberdade não é minha...
Despreparo, somado à falta de limites e noção do ridículo que representava, faz nascer um novo Thibau em Belo Horizonte
Jamais se poderia imaginar que uma matéria relatando fatos políticos mineiros pudesse ser feita dentro de um clima de anedota. Porém, esta é a atual realidade.
“Brincando com a praça”. Essa foi a denominação dada pela imprensa da capital mineira ao “evento” promovido pelo deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB), na última sexta-feira (15).
Segundo alguns jornalistas que participaram do “evento”, foi uma mistura do programa do Ratinho com o “Topa Tudo por Dinheiro” de Silvio Santos.
Outros afirmaram que tudo não passou de uma pegadinha do Sérgio Malandro.
Sem ambiente em Brasília, pois foi ridicularizado na Câmara Federal, onde se apresentava como “representante do governador de Minas” e “coordenador de sua campanha a presidente”. Discriminado por seus colegas devido às constantes intrigas promovidas pelo mesmo no Palácio da Liberdade e sem ambiente em suas “bases eleitorais”, o deputado pelo visto tomou gosto pela capital mineira.
Porém, lideranças políticas da capital não gostaram do comportamento do infante deputado e criticaram: “Esta é mais uma demonstração do desrespeito do Palácio da Liberdade pela classe política local”.
A verdade é que Minas Gerais atravessa um dos períodos mais graves de sua história política. Não tem quadros.
A anomalia criada através de um maciço cerceamento à imprensa e uma pauta jornalística artificial, criada dentro do Palácio da Liberdade possibilitou o aparecimento de figuras pitorescas.
Na bancada de deputados federais e estaduais, existe hoje, no mínimo, meia dúzia de deputados eleitos por serem “amigos do rei”.
Entretanto, o pai desse projeto, o governador Aécio Neves está pagando um preço caro. Prova disso é a ausência de articuladores políticos mineiros na sua pretendida candidatura à presidência.
Apenas figuras com mais idade e experiência como Itamar Franco tem dado suporte ao governador em Minas Gerais. O restante são lideranças de outros estados. Mesmo candidato a senador, Aécio terá dificuldade em compor seu palanque nos principais municípios mineiros.
A cobertura da imprensa ao fato ocorrido na Praça da Liberdade fez políticos mais velhos lembrarem-se de Thibau, político que militou na capital da década de 60 a 80.
Herdeiro de uma enorme fortuna gastou toda ela comprando matérias e manchetes nos jornais Estado de Minas e Diário da Tarde. Dentre seus projetos divulgados pelos “Associados”, estava o de captar e canalizar água do mar para lagoa da Pampulha.
Igualmente em campanha a prefeito de Belo Horizonte, construiu na Praça Sete um enorme navio que, segundo matérias do Diário da Tarde, seria após a eleição, transportado para a lagoa da Pampulha.
Dessa forma, não é de se estranhar o comportamento da imprensa em cobrir eventos como o ocorrido na Praça da Liberdade.
Estranho é que diante da enorme calamidade por que passa a capital mineira, com inundações, engarrafamentos, deficiência no transporte coletivo e outros males, o governador e o prefeito de Belo Horizonte tenham tempo para ouvir o infante.
Matéria publicada no jornal Estado de Minas.
Matéria publicada no jornal O Tempo.
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