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Deputados e parentes usam direito a passaporte diplomático para turismo
'Estado' teve acesso à relação de ofícios que tratam da emissão de passaportes diplomáticos e de vistos que passaram pelo órgão nos últimos dois anos
07 de janeiro de 2011 | 23h 57

Denise Madueño e Leandro Colon - O Estado de S.Paulo

A regra para emissão de passaportes diplomáticos tem sido usada pelos deputados e parentes para conhecer o mundo e literalmente fazer turismo. Pelo menos dois terços desses passaportes especiais solicitados pela Câmara dos Deputados ao Itamaraty, entre esta sexta-feira, 7, e fevereiro de 2009, foram para mulheres, maridos e filhos dos parlamentares. E cerca de 87% dos vistos internacionais para esses documentos tiveram motivação turística, segundo dados da Segunda Secretaria da Câmara, responsável por essa tarefa.

O Estado teve acesso à relação de ofícios que tratam da emissão de passaportes diplomáticos e de vistos que passaram pelo órgão nos últimos dois anos. Os destinos das viagens, inclusive agora, em pleno recesso parlamentar, são os mais variados: Miami, Las Vegas, Nova York, Atlanta, Dubai, Vancouver, Buenos Aires, Austrália, Japão, entre outros lugares.

Filhos de deputados que vão passar um período de estudos no exterior também aproveitam para viajar com o passaporte especial. Quem tem esse documento recebe privilégios em aeroportos, como filas e atendimentos especiais, prioridade em bagagens e, dependendo do país, fica até dispensado da necessidade de tirar visto.

Passeio x missão. Desde 2009, a Segunda Secretaria solicitou 662 vistos para viagens de deputados e parentes que têm o documento especial. Desses, 577 foram para "turismo". Apenas 69 cumpriam o objetivo de missão oficial, a trabalho.

O balanço da Câmara mostra que cerca de 360 passaportes diplomáticos foram emitidos nestes últimos dois anos. Esse número é parcial porque atinge metade do mandato do deputado. Desde de que assume, o parlamentar já tem direito a solicitar o documento especial para ele e seus parentes. De acordo com os dados, pelo menos 125 passaportes foram emitidos para filhos e 110 para cônjuges.

O registro da Segunda Secretaria mostra que, no dia 21 de dezembro do ano passado, o deputado Carlos Leréia (PSDB-GO) mandou o ofício 250/2010 pedindo passaporte diplomático e visto para ele, a mulher e três filhos viajarem para Miami. O período do passeio, segundo o documento, seria de 3 a 17 de janeiro deste ano, no recesso parlamentar. Um requerimento em nome do deputado Décio Lima (PT-SC) pede passaporte diplomático e visto para ele e sua mulher irem a Las Vegas, cidade famosa pelos cassinos, entre 10 e 25 de janeiro.

Em 2 de junho de 2009, Alexandre dos Santos (PMDB-RJ) pediu o documento especial para ele e sua mulher. Naquele ano, usaram o documento para viajar a turismo para Dubai (Emirados Árabes) e Nova York (EUA). O deputado Charles Lucena (PTB-PE), sua mulher e mais três filhos pediram o passaporte diplomático para passear em Miami em julho de 2009.

Em julho de 2010, a Segunda Secretaria providenciou passaportes diplomáticos para dois filhos de Ratinho Júnior (PSC-PR) viajarem a "turismo", segundo a Câmara, para Miami.

Lei. A legislação da emissão de passaporte diplomático é vinculada ao decreto 5.978/2006. Os membros do Congresso e seus "dependentes" têm direito ao documento. Segundo o Itamaraty, se enquadram nesse perfil "cônjuge ou companheiro, filhos, inclusive os enteados, até 21 anos de idade ou, se estudante, até 24 anos ou, se inválido, de qualquer idade".

O Estado procurou, mas não localizou os deputados citados na reportagem.

Senado. O Senado informou que requereu ao Itamaraty nos últimos dois anos a emissão de "70 a 80" passaportes especiais. O total de documentos diplomáticos solicitados pela Casa anualmente ou nos últimos oito anos é mantido em sigilo. No início de cada legislatura o Itamaraty recebe o pedido de emissão de passaportes especiais para os 81 senadores, antes mesmo deles requererem o benefício.

Colaborou Rosa Costa

4 comentários:

Anônimo disse...

A necessidade dos passaportes especiais é fruto mínimo de consciência que estes marginais tem. Sabem que o tamanho do roubo e das barbáries contra o país são tantos que tomam suas providências como plano de fuga. É só isto que explica esta demanda por "ilícitos" passaportes. E pensem bem, o Brasil já foi mais sério, esta tropa de bandidos levou 20 anos para conseguir virar o jogo e se apossar do país. Sabemos que seus métodos não são nada ortodoxos, mas esta farra pode mudar... Assim, como eles querem "pegar" seus algozes do passado, por muito mais motivos, poderá a nova ordem buscá-los, recuperar o dinheiro desviado do povo para os cofres públicos, julgalos pelos crimes que cometem descaradamente e trancafiá-los para sempre. Alguns com idade ou saúde já avançadas, poderam sair ilesos, seja pela morte (natural) seja por confinamento em hospital a espera do seu final. Se Lula era um sonho utópico que tornou-se o pesadelo do brasileiro sério, porque não podemos esperar por este novo horizonte!?

VERA disse...

"Pesadelos do brasileiro sério" são os desgovernos da quadrilha demo-tungana, que assaltou nosso País, entregando o Patrimônio do Povo brasileiro aos ianques ou a elementos de sua gangue, tipo Daniel Dantas, e enviaram o produto do ROUBO a paraísos fiscais! "Pesadelo" que ainda persiste nos Estados em que desgovernam! É so dar uma olhada no caos em que transformaram meu querido SP!!!

Anônimo disse...

Vera!
Você é ridícula e mal amada.


Anônimo de 11/01/2011

Mosca disse...

É preciso distinguir entre os passaportes totalmente à margem da previsão legal, como os dos filhos MAIORES DE IDADE do ex-presidente, dos passaportes legais, ainda que usados de modo questionável (para turismo). A discussão rasteira, como sói acontecer, é improdutiva. Os próprios servidores do Serviço Exterior - que inclui ainda Oficiais e Assistentes de Chancelaria, além dos diplomatas - utilizam seus passaportes vermelhos para turismo, bem como seus parentes diretos (cônjuges e filhos), e não houve nenhuma reação da imprensa quanto a isso.

 

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