Por Geraldo Elísio
“Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo” - Vladimir Ilitch - Lênin – Escrito em abril de 1920
O ministro do Esporte, Orlando Silva, do PC do B, e o seu antecessor no cargo, o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, terão as suas ações à frente do ministério investigadas pelo Supremo Tribunal Federal – STF – segundo anúncio feito pelo procurador geral da República, Roberto Gurgel.
Mas antes disso, Gurgel quer avaliar o depoimento prestado pelo policial militar João Dias Ferreira à Polícia Federal. Nesse detalhe, um aspecto particularmente me chama a atenção: segmentos da imprensa a ele se referirem como “o milionário policial”. Não que eu entenda que um policial não possa ser milionário. Que bom se todos pudessem ser.
A questão é simples, saber como um policial num Brasil, onde todos os policiais não são remunerados condignamente, tornou-se milionário. Ele recebeu alguma herança? Acertou o bilhete premiado da megasena acumulada ou ganhou algum dinheiro em algum outro tipo de jogo de azar? Não sei. A Receita Federal tem como avaliar o crescimento patrimonial dele e tipificar se é correto ou não.
Todo o volume de notícias envolvendo o ministro e seu antecessor, ambos ligados ao PC do B, me fazem recordar episódios vividos no célebre edifício Maleta, no centro de Belo Horizonte, mais precisamente na esquina da Rua da Bahia com Avenida Augusto de Lima, onde se situa a tradicional Cantina do Lucas, nos anos de chumbo um reduto de esquerdistas e contestadores de toda natureza, protegidos por um garçom ícone, o anarco-comunista Olympio Perez Munhoz, o “Anjo Anarquista”.
A primeira história (todas verídicas) tem traços de humor. Um dos dirigentes do antigo Partidão, de brincadeira deu uma mordidela na orelha de uma moça do MR-8. Ela não gostou da brincadeira e alegou a sua principal razão de protestar: “A falta de moral do Partido Comunista Brasileiro para morder a orelha de alguém do Movimento Revolucionário 8 de Outubro – MR-8”.
Mais recentemente discutiam dois militantes, um mais novo ligado ao PT e outro mais velho ligado ao antigo Partidão. Em determinado momento da contenda, quando os ânimos já estavam mais exaltados, o velho comunista disse para o rapaz petista: “O Exército nos prendeu, nos torturou, nos exilou e nos matou. Mas nunca nos chamou de ladrões.” Pano rápido.
Não vou tomar partido de ninguém. Fui testemunha por um desses acasos do destino. Mas fico a pensar nos antigos comunistas em suas tumbas, se é que podem ver a avalanche de denúncias que atingem no presente as legendas de esquerda. É algo que dá para pensar, ver todo mundo na vala comum.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
geraldo.elisio@novojornal.com
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