Maurício de Souza
patrus ananias
"Patrus tem musculatura política para fazer o embate na capital"


A executiva estadual do PT anunciou nesta segunda-feira (2) que o ex-ministro Patrus Ananias é o candidato da legenda à prefeitura de Belo Horizonte. No entanto, enquanto a escolha era divulgada em entrevista coletiva pelos dirigentes, o atual vice-prefeito e presidente do PT-BH Roberto Carvalho foi ao Tribunal Regional Estadual (TRE) e registrou sua candidatura, tendo como vice o secretário-geral do diretório, Geraldo Arco-verde.
O fato levou a executiva estadual a nomear uma comissão responsável por dialogar com as duas lideranças. As negociações serão finalizadas ainda na terça-feira (3), quando está agendada uma coletiva em São Paulo com a presença do presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, para anunciar o cabeça de chapa petista.
 
A executiva estadual do PT ainda orientou todos os petistas que fazem parte da administração municipal a deixarem seus cargos em dois dias. “Respeitamos o nome de Roberto Carvalho, mas Patrus tem musculatura política para fazer o embate na capital. Por isso levaremos amanhã (terça) para a nacional o nome de Patrus como o nome do PT mineiro”, declarou Lopes. O deputado federal Miguel Correa Júnior se colocou à disposição para formar a chapa com o ex-ministro, mas a legenda ainda não sabe se sairá com chapa pura ou se tentará a coligação com o PMDB mineiro.
 
Toda essa indecisão dentro da legenda levou a uma briga política entre a ala do vice-prefeito Roberto Carvalho e a executiva estadual. Carvalho chegou a chamar o presidente mineiro do PT de “moleque” e o acusou de interferir nas decisões do PT municipal. “Isso que dá colocar moleques no processo. Vou dar um Aurélio para eles de presente, pois acho que eles não leram o estatuto do partido”. Questionado sobre a possibilidade de abrir mão da candidatura para ser vice de Patrus, Roberto esquivou-se. “Aí já é outra negociação. Aí já é outro fato novo. Não posso adiantar”, sorriu. Ele rechaçou ainda a atitude de Lopes de pedir que os petistas saiam da administração municipal.
 
Por outro lado, Lopes argumenta que o diretório municipal tem apenas o direito de deliberar sobre o lançamento ou não de candidatura própria, mas não de escolher o nome do candidato. “Em cidades acima de 200 mil habitantes, a direção estadual do PT participa diretamente da escolha, junto à nacional”.
 
Cotado para ser o escolhido, o ministro Patrus Ananias (PT) evitou comentar a ida de Carvalho ao TRE. “Não vou entrar em polêmicas. Temos que buscar a unidade do PT. É preciso reconhecer o papel dele”, disse. 
 
O ex-ministro aproveitou para descartar a possibilidade de ser vice em qualquer composição. “Isto está descartado. Não estou pleiteando nada. Meu nome foi citado para ser prefeito e só trabalho neste sentido agora”.