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'Estou pronto para a pancadaria', afirma Aécio NevesPré-candidato à sucessão no Planalto e presidente do PSDB, Aécio adota discurso de que o partido é opção ao modelo do PT

Publicação: 07/08/2013 06:00 Atualização: 07/08/2013 08:08

Para Aécio, a população exige respostas concretas às suas demandas (Bruno Peres/CB/D.A Press)
Para Aécio, a população exige respostas concretas às suas demandas

Na primeira reunião do diretório nacional após as manifestações das ruas em junho, o PSDB tenta aproveitar o vácuo de credibilidade na classe política e emplacar o discurso de que é a alternativa ao modelo implantado pelo PT. "Quem está no poder envelheceu, o novo somos nós", disse o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), na presença dos presidentes dos 27 diretórios estaduais, reunidos em Brasília. "O PSDB é a principal opção ao que está aí. O PT fez muito mal ao país", continuou.

Aécio está disposto a vestir o figurino de candidato, apesar de afirmar que este não é o momento para isto. De acordo com o senador tucano, ter candidatos é fácil, o desafio é ter uma campanha com propostas para apresentar à população. "Estou com o couro duro pronto para a pancadaria", assegurou. Na entrevista que concedeu logo após a reunião do diretório, ele reafirmou a disposição para o embate. "Não vou generalizar, mas setores do PT estão dispostos a tudo para continuar no poder", acrescentou.

O senador tucano lembrou as manifestações que fizeram o país tremer em junho e que continuam tirando o sono de alguns governadores, como Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP). "Ao que parece, algumas pessoas no Palácio do Planalto não entenderam o recado das ruas. As pessoas querem mais qualidade no gasto público, mais transparência, mais ética na política", reforçou.

Para o presidenciável do PSDB, a população está cansada dos discursos repetitivos e vazios comuns na política atual. Ele exemplificou suas palavras com um diálogo recente que teve com sua filha de 19 anos. "Quando nós conversamos, ela virou para mim e disse: ‘Pai, não enrola, papo reto’. É isso que as pessoas querem, papo reto, sem enrolações", brincou o tucano.

Para isso, contudo, o PSDB sabe que precisa se reinventar. Por isso, Aécio pediu aos integrantes dos diretórios estaduais e da cúpula do partido que reforcem o contato com a juventude tucana, com os movimentos PSDB Mulher e PSDB sindical e o PSDB sustentável. "Precisamos organizar esses movimentos sociais para termos o que o PT perdeu ao longo do tempo: a militância", disse Aécio.

Ele ironizou uma declaração dada pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, durante as manifestações de rua. O petista declarou, à época, que a legenda não participava das marchas porque "boa parte da militância do partido está empregada". Aécio não resistiu. "De fato, eles estão empregados nos 20 mil cargos comissionados loteados na máquina federal", provocou. 

O PSDB sabe, contudo, que precisa espalhar as suas bandeiras e propostas por todos os cantos do país, deixando de lado o estigma de um partido elitista que resolve suas disputas durante reuniões em restaurantes caros da capital paulista. "Que nós enraizemos nossas bandeiras ou vamos ficar, mais uma vez, com as melhores intenções e falando sozinhos", cobrou Aécio. 

Possivelmente inspirado pelo marqueteiro Renato Pereira, que tem uma parceria com os publicitários que fizeram a campanha presidente de Barack Obama, o PSDB vai repaginar sua área de comunicação social. Cada diretório estadual terá um assessor de comunicação orientado a municiar os demais setores do partido com todas as informações disponíveis para unificar o discurso tucano. Aécio também está disposto a inundar as redes sociais com as ideias, projetos e ações políticas do PSDB. 

O encontro de ontem serviu também para praticamente sepultar qualquer possibilidade de realização de prévias para a escolha do candidato do PSDB à Presidência em 2014. Nenhum dirigente nacional, nem mesmo os representantes do diretório paulista, levantaram o assunto na reunião de ontem. Pelo contrário. "O PSDB está unido em torno de Aécio Neves", garantiu um dos vice-presidentes do partido, senador Cássio Cunha Lima (PB). Aécio desconversou. "Eu não assumiria qualquer possibilidade de candidatura sem o apoio da maioria do meu partido. As prévias são legítimas, desde que a Executiva Nacional seja demandada e haja mais de um pré-candidato", afirmou o senador mineiro, acrescentando que esse debate só acontecerá em 2014.

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