POR RODRIGO RODRIGUES
A ex-levantadora de vôlei Fernanda Venturini, esposa do técnico Bernardinho, descartou nesta quarta-feira (06) qualquer possibilidade do marido ser candidato ao governo do Rio de Janeiro, como quer o PSDB fluminense e o senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência da República. “O Bernardo não vai se candidatar a nada. O PSDB queria, mas ele não aceitou. Isso é uma invenção do Aécio, que vai fazer pressão até o dia da eleição. Ser governador nunca passou pela cabeça dele”, disse a levantadora por telefone. 
Casados desde 1999 e com duas filhas, Venturini afirma que a decisão do marido passou por uma junta familiar que inclui ela, o filho Bruninho (fruto do relacionamento de Bernardo com Vera Mossa) e a mãe do Bernardinho. “Nós conversamos desde que essa história começou e pesamos que não é bom para a vida dele e nem para a família no momento. Entre a política e a família, a opção do Bernardo foi pela família”, disse a atleta. 
Medalha de Bronze nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, sob o comando do marido, Venturini disse que a filiação de Bernardinho ao PSDB fluminense foi fruto de pressão de Aécio e Fernando Henrique Cardoso, figuras que gozam da intimidade do atual técnico da seleção masculina de vôlei. Mas segundo Venturini, desde o início ele já demonstrava resistência em concorrer a qualquer coisa. “Isso nunca foi uma coisa que a gente quis e buscou. É uma coisa inventada, que não estava nos nossos planos. Foi invenção do Aécio, que sabe que o Bernardo é uma pessoa idônea, que tem total confiança do povo brasileiro, exatamente o contrário da política de hoje, que só tem gente corrupta e com processos mil atrás”, resume a levantadora.
A esposa de Bernardinho também afirma que o marido já deu todos os sinais ao PSDB fluminense de que não será candidato e que não sabe o motivo das lideranças do partido ainda alimentarem esses boatos. “Esse papo já morreu há muito tempo na família. A decisão está tomada. Ele não quer e escolheu a família e não a política. Ele sempre teve vontade de construir um Rio de Janeiro melhor para as nossas filhas e nossos amigos, mas infelizmente a política não é simples assim”, argumenta a levantadora, que foi eleita melhor do mundo no Grand Prix de 1994. 
A reportagem do Terra Magazine tentou contato com Bernardinho através da assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), mas não conseguiu agendar uma entrevista até agora, por problemas de agenda do técnico. Ele está concentrado em Saquarema, no Rio, onde prepara a seleção brasileira para enfrentar um novo desafio no Japão, a partir do dia 19, onde a equipe disputa a Copa dos Campeões Mundiais. O embarque da seleção para o Japão acontece amanhã.
Sem a candidatura de Bernardinho, o PSDB fica sem palanque no Rio de Janeiro para alavancar a candidatura de Aécio Neves à presidência da República. O partido não tem nome forte no estado e os outros quatro candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto (Garotinho, Crivella, Pezão e Lindberg Farias) fazem parte da base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso e já negociam um palanque quadruplo para a atual presidenta no Estado. 
Na última eleição municipal na capital fluminense, o candidato do PSDB foi o deputado federal Otávio Leite, que obteve apenas 2,47% dos votos válidos, somando apenas 80.059 votos. 
O Rio de Janeiro é o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, somando cerca de 11,89 milhões de eleitores. Perde apenas para São Paulo e Minas Gerais.