#NÃOVAITERPROAÉCIO - O CAPITAL PEDIU PASSAGEM E A MILITÂNCIA DA GLOBO CONTRA O PORTO DE MARIEL FOI PARA O BELELÉU.

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Jornal de João Roberto Marinho diz que investimento do Brasil no projeto faz sentido: “Mariel é um caminho para que empresas brasileiras se instalem nessa zona econômica especial e processem produtos destinados aos mercados caribenho e da América Central”; no entanto, diz que isso não elimina a necessidade de transparência no apoio a ilha de Fidel

Lambido do Brasil247

2 DE MARÇO DE 2014 ÀS 07:52 

247 - Em meio à polêmica levantada sobre o financiamento do BNDES ao Porto Mariel, em Cuba, o Globo sai em defesa do projeto. O jornal de João Roberto Marinho diz que o investimento faz sentido e porque abre caminho para empresas brasileiras aos mercados caribenho e da América Central. Leia:

Investimento no Porto Mariel faz sentido 

Há vantagens para empresas brasileiras na execução do projeto e oportunidades estratégicas. Mas isso não elimina a necessidade de transparência no apoio a Cuba 

É de se estranhar que o Brasil tenha se envolvido tão fortemente na modernização e ampliação do Porto Mariel, em Cuba. Com uma economia socialista, o que o Brasil tem a fazer lá, em um ambiente ainda de embargo econômico por parte dos Estados Unidos? Neste caso, o interesse estratégico do país pesou mais — à parte simpatias ideológicas —, e não só de médio e longo prazos: a reconstrução do porto se tornou boa oportunidade de negócio para empresas brasileiras. Com o velho modelo socialista esgotado, o governo de Raúl Castro começa a ter uma visão mais pragmática sobre a economia. A experiência chinesa certamente contribui para quebrar convicções arraigadas do aparelho de estado cubano e, sem alternativa, a ilha caribenha passa a enxergar o mercado internacional como única saída para impulsionar sua economia.

Cuba não conta com variedade significante de matérias-primas e nem é um país industrializado. Mas tem uma posição geográfica privilegiada, que, no futuro será de grande importância. Mariel é o porto caribenho mais próximo da Flórida e se encontra a apenas 45 quilômetros de Havana, capital de Cuba, que concentra mais de 20% da população do país. O investimento no porto é de quase US$ 1 bilhão e só faz sentido porque em torno dele surgirá uma zona econômica especial,, voltada basicamente para exportações. O Brasil tem uma participação ainda pouco significativa nos mercados caribenho e da América Central. Mariel é um caminho para que empresas brasileiras se instalem nessa zona econômica especial e processem produtos destinados a esses mercados, especialmente os de alta tecnologia, que utilizarão muitos insumos inexistentes em Cuba (e que, por isso, terão diferentes origens, fazendo com que o porto tenha papel central em todo esse projeto). A proximidade com o novo Canal do Panamá também é um fator a se considerar, para chegada aos mercados situados no Pacífico. 

As obras no porto são basicamente financiadas pelo BNDES. Do orçamento inicial de US$ 957 milhões, US$ 802 milhões foram financiados pelo Brasil. No entanto, desse valor, o equivalente a US$ 800 milhões foram gastos na contratação de serviços e de equipamentos produzidos no Brasil, o que gerou cerca de 20 mil empregos no país, sem contar com os postos de trabalho criados em Cuba. A modernização e ampliação de Mariel estão ocorrendo conforme o previsto, o que levou o Brasil a negociar a liberação de mais um financiamento de US$ 200 milhões para Cuba. 

O porto responde pela maior parte do total de financiamentos (US$ 1,6 bilhão) concedidos pelo Brasil a Cuba. A pergunta é se não há risco de calote. Mesmo com todos seus problemas, Cuba permanece em dia com o Brasil, e no caso específico de Mariel, houve a preocupação de vincular os pagamentos diretamente às receitas obtidas pelo porto. Tudo isso não elimina a necessidade de haver transparência em torno dos empréstimos brasileiros.

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