Estado de Minas, o grande espalha terror dos mineiros.

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Reportagem de Sandra Kiefer para a coluna de economia do EM, na edição virtual de hoje, tenta espalhar o pânico entre os leitores, com foco naqueles que contratam empréstimos consignados junto à rede bancária.

Sem citar quaisquer bancos, a jornalista alardeia e generaliza, que por toda rede bancária, houve uma sistemática contração dos prazos das operações e a respectiva expansão dos juros.

Segundo apuração de hoje junto ao Banco do Brasil e também à CEF feita por este blog, os prazos para as contratações de crédito consignado em folha de pagamento continuam em até 96 parcelas em ambas as instituições, portanto, desmentindo a espetaculosa reportagem.

Quanto às taxas de juros específicas para este tipo de operação demonstro o seguinte:

Banco do Brasil – Operação Crédito Consignado em Folha

Data Base: 18/07/2008
Menor taxa: 1,65% a.m. para operações em até 4 parcelas.
Maior taxa: 2,80% a.m. para operações entre 85 e 96 parcelas.

Data Base: 09/10/2008 – Hoje
Menor taxa: 1,80% a.m. para operações em até 12 parcelas.
Maior taxa: 2,75% a.m. operações entre 85 e 96 parcelas.

Simulação de uma operação de R$1.000,00 hoje.
Número de Prestações: 60
Taxa CET. AA: 37,39%
Taxa Mensal: 2,55%
Taxa Anual: 35,27%
Valor da Prestação: 34,89

Fonte: Sistema de Informações do Banco do Brasil – Auto Atendimento

Para esclacer ao leitor, o aumento da taxa de juros nas operações de crédito em geral é decorrência do aumento da taxa SELIC. Por sua vez, esta foi a medida adotada pelo Banco Central para conter o surto inflacionário originado pela alta das comodities no mercado internacional e que elevou, por tabela, o preço dos alimentos no mercado interno.

O processo de elevação da taxa SELIC, em 0,50 ponto percentual, teve início na 134ª. reunião do COPOM em 16/04/2007. De lá para cá foram mais três elevações, de 0,50, 0,75 e 0,75, respectivamente em 04/06, 23,07 e 10/09.

Está aí a verdadeira razão para o aumento da taxa de juros do empréstimo do maquinista aposentado Marcus Vinícius Silva, que ilustra a reportagem de Sandra Kiefer.

Esta atuação do governo visava conter o surto inflacionário que, em muitos casos, de caráter puramente especulativo, afetou justamente pessoas com renda na mesma faixa do Sr. Marcus Vinicius.

O Estado de Minas, que há muito tempo está na mesma lenga-lenga dos grandes jornalões de São Paulo, fazendo oposição sistemática ao Governo Federal e escondendo as mazelas dos respectivos Governos Estaduais deveria, pelo menos, ter a dignidade de prestar informações verdadeiras e não tentar ludibriar os seus já parcos leitores.

Quanto à jornalista de economia, sugiro que tente carreira no caderno de variedades.


Crise atinge o crédito preferido dos aposentados
Sandra Kiefer - Estado de Minas


A crise financeira dos Estados Unidos já faz uma vítima importante no Brasil: o crédito com desconto em folha, também conhecido como consignado. Não é pouca coisa, pois se trata simplesmente umas principais âncoras do espetáculo do crescimento prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda em seu primeiro ano de mandato, em 2003. O espetáculo, de fato, já havia começado, mas o impasse que o consignado atravessa passa a ser a sua maior ameaça. Essa carteira, que há um ano atingia R$ 60 bilhões e respondia por 56,2% de todo o crédito pessoal no país, está totalmente parada, por tempo indeterminado.

Segundo apurou o Estado de Minas, a taxa média cobrada pelos bancos subiu de 1,5% para até 2,9% ao mês. Também os prazos, outro atrativo do empréstimo com desconto em folha, foram encurtados significativamente para 60 meses. Antes, era possível esticar as prestações em até 84 meses. A combinação das duas medidas levou a um aumento de 35% no valor das prestações para os novos empréstimos. “Uma medida sozinha já seria suficiente para espantar o cliente. As duas juntas, ninguém sabe no que vai dar. Neste momento, nenhum tomador vai querer trocar a dívida por outra mais cara; só se ele for bobo”, calcula um correspondente bancário.

É o pior dos mundos para o empréstimo com desconto em folha. Em uma ponta, estão os bancos médios, pioneiros nas operações do consignado, que ficaram sem dinheiro para emprestar por causa dos efeitos da crise norte-americana e estão sendo engolidos pelos grandes bancos – que preferem emprestar eles próprios a comprar as carteiras de crédito dos pequenos. Na outra ponta, estão os tomadores de empréstimos, que se recusam a refinanciar uma dívida barata por outra mais cara.

Tome-se como exemplo um servidor estadual de Minas que em março pegou R$ 1 mil de empréstimo, com juros a 2,20%. Ele vai pagar a dívida em módicas prestações de R$ 26,21, divididas em 84 vezes, prazo até então autorizado pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). Nos dias de hoje, entretanto, se quiser pegar os mesmos R$ 1 mil, terá de se sujeitar a pagar uma parcela mais alta, de R$ 35,36, com menos tempo para quitar, 60 meses. No final dos cálculos, a dívida sairá com um aumento de 35%.

Veja reportagem na íntegra: Aqui.

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