Receita: Como fabricar uma pesquisa eleitoral

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Antes de ler esta postagem leia esta, Reajamos, brasileiros!, antes que o Estado de Minas eleja um mensaleiro para a Prefeitura de Belo Horizonte.


Esta receita é de Eduardo Guimarães do blog Cidadania.com. Ela serve para você pegar um candidato medíocre ou, até desconhecido, e transformá-lo em Prefeito da sua cidade.

Inicialmente, Eduardo Guimarães elaborou esta receita para eleger um idiota para a Prefeitura da cidade de São Paulo, mas com pequenas adaptações, dá para você fabricar um prefeito aonde você quiser. Use seu talento ou, apenas diga, isto e seu como fazer!


Crônica política

Novo golpe das pesquisas

Amiúde sou acometido por tempestades cerebrais desencadeadas a partir da comédia contemporânea, tudo por conta de "obras" que nos tiram o fôlego (mais uma vez) quando achávamos que já tínhamos visto de tudo.

Vou organizando o que preciso dizer por ordem de importância, de acordo com critérios obviamente próprios.

Chegou o momento, entre uma crise e outra, de falar de uma teoria necessária àqueles que, como eu, não confiam em pesquisas eleitorais em razão do expressivo número de manipulações flagrantes dessas sondagens que já se viu.

Deixo bem claro que o que vou escrever é apenas uma teoria. Não espero convencer os que acreditam em pesquisas eleitorais. Mas proponho a discussão aos que duvidam delas como eu, de forma que me ajudem a encontrar indícios de que minha teoria tem maiores fundamentos.

Vi pesquisas serem escandalosamente manipuladas na Venezuela, na Bolívia, em vários países sul-americanos e até no Brasil. Diante disso, percebo que essa é uma arma que a oligarquia conservadora-midiática só usa em último caso, mas usa.

A eleição em São Paulo é um desses “últimos casos” nos quais a mídia faz qualquer coisa para que vença seu postulante, pois seu projeto político de tomada do poder nacional, por equivocado que possa ser, passa por fazer o prefeito da capital paulista.

Deprimir as intenções de votos reveladas nas pesquisas para os políticos dos quais a mídia não gosta não vinha dando certo. A estratégia seria muito grosseira, teriam percebido. Então decidiram sofisticar.

Um belo dia, um dos puxa-sacos dos barões da mídia saiu com esta:

-- E se aumentássemos a intenção de voto de Marta e a popularidade de Lula, patrão, e reduzíssemos os percentuais de Alckmin e de Kassab?

-- Como é que é?

-- Isso mesmo, chefinho, vamos falsear (para cima) a popularidade de Marta e de Lula.

-- Você está flertando como o perigo, moço...

-- Não, meu líder, estou apenas propondo que usemos a cabeça.

-- Continue...

-- Ora, muitas vezes fizemos o óbvio, pondo os nossos lá em cima (nas pesquisas) e rebaixando o inimigo, e nos demos mal. E se desta vez começássemos mentindo e terminássemos falando a verdade?

-- Como assim?

-- É simples: mostramos Marta subindo e seus adversários caindo, mas fazemos o Alckmin cair mais e o Kassab cair menos. E colocamos a popularidade de Lula perto da unanimidade.

-- E daí? Pra que isso?

-- Veja, depois invertemos a curva e vamos fazendo uns subirem e outros caírem, e o eleitorado perceberá as “tendências”. O conservador verá que o Alckmin perde força e decidirá que o candidato “certo” para enfrentar Marta é o Kassab. Depois de consolidada essa tendência, se o eleitorado reagir acompanhando-a, daí fazemos Marta cair, inaugurando nova tendência... E quando começar o segundo turno, colocamos o Kassab disparado na frente. Se funcionou no primeiro turno, funcionará no segundo, só que ao contrário.

-- E Lula? Para que elevar sua popularidade, que já é altíssima?

-- Ó sapientíssimo mentor, porque daquele nível de popularidade para frente o único caminho será para baixo. Ao revelarmos, mais adiante, popularidade decrescente de Lula, estaremos nos aproximando da verdade. Entende? E ainda erramos um pouquinho a favor de Marta na reta final.

-- Hummm... Faz sentido. Até que você não é totalmente idiota...

Não percam tempo dizendo que a teoria é maluca, desqualificando-a. Não vou defendê-la. Apenas pensei nela e decidi compartilhar com vocês.

Em tempo, vale refletirmos que, como as últimas pesquisas sobre a eleição em São Paulo não mostraram reação de Marta, a estratégia mais sofisticada de manipulação pode ter funcionado.

Contudo, a vontade da mídia de materializar os próprios desejos é que pode ter entrado em campo. A mídia pode ter decidido arriscar tudo. Se isso ocorreu, veremos ao menos um resultado muito melhor para Marta no domingo do que está previsto nas pesquisas.

De qualquer forma, acho que uma lição deveria ficar para o PT: não ir para 2010 sem fechar contrato com um excelente instituto de pesquisas, pois parar de depender do Datafolha e do Ibope pode ser a diferença entre perder e ganhar.

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