Mamar nas tetas do estado, a nova onda dos neocons.

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Eu sei que muitos economistas e, também, aqueles que são fervorosos adoradores dos banqueiros dirão que esta postagem é coisa de quem não entende patavina de economia.

Oportunidade, esta é a palavra preferida pelo capital. E a dita oportunidade está sendo impulsionada, em boa conta, pela histeria patrocinada pela mídia sobre a crise de crédito que, por sua vez, aterroriza os mercados e fazem de muitos governos reféns dos capitalistas.

É neste embalo que nadam de braçada os banqueiros e, em particular, os daqui do Brasil.

Há cerca de dois ou três meses, o governo se preocupava em aumentar taxas de juros para conter o consumo, pois, havia o risco da chamada inflação de demanda, ou seja, quando a produção é incapaz de atender ao mercado e por isso os preços se elevam. E um bom exemplo para ilustrar a situação é o setor automobilístico nacional, dos quais alguns itens produzidos, caminhões para ser específico, tinham filas de espera de mais de seis meses.

O capitalismo brasileiro é de mão única, só serve à acumulação. Que capitalismo é este? Não distribui nada?

E a oportunidade está aí, os governos, reféns do fantasma da recessão e do desemprego alardeados pela mídia, distribuem recursos para os bancos fazerem o que deveria ser feito com os fartos lucros que vem acumulando.

Está aí um bom exemplo, a gentileza que o governo paulista está fazendo para montadores do seu estado. Ou isto tudo não passaria de marketing político para as eleições de 2010?

O fato é, nossas montadoras nunca produziram, faturaram e lucraram tanto e, idem para a indústria financeira nacional.

Tirem suas próprias conclusões.


Quinta, 13 de novembro de 2008, 10h49 Atualizada às 10h54
SP: Ajuda a montadoras criaria 13 km de metrô
Diego Salmen - Terra Magazine

Com a verba de crédito disponibilizada pelo governador José Serra a montadoras de automóvel em São Paulo seria possível construir até 13 quilômetros de metrô na capital paulista. A extensão é maior do que a da Linha 2 Verde, que liga a estação Alto do Ipiranga à Vila Madalena e passa sob a Av. Paulista, centro financeiro da cidade.

Segundo informações da própria Companhia do Metropolitano de São Paulo, o custo de cada quilômetro construído deste meio de transporte público gira em torno de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões. O valor - que inclui estações, vagões e estacionamento para os trens - varia de acordo com a geologia do solo, o número de composições necessárias para a linha construída e o tamanho da área a ser desapropriada.

Na última terça-feira, 11, o governo de São Paulo liberou, por intermédio do banco Nossa Caixa, R$ 4 bilhões para 15 financeiras ligadas às montadoras, com o objetivo de estimular a produção e a compra de veículos no Estado.

Eric Ferreira, doutor em Engenharia dos Transportes e ex-diretor do Institute for Transportation and Development Policy (ITPD), qualifica a atitude do governador como "demagógica".
- Ele gosta de congestionamento. Está criando um mercado de consumo de carros, deixando de incentivar quem quer andar a pé ou de bicicleta.

Durante a campanha à prefeitura da cidade, Gilberto Kassab (DEM), agora reeleito, assumiu o compromisso de injetar R$ 1 bilhão dos cofres municipais no metrô. Já a candidata Marta Suplicy (PT) prometeu investir R$ 490 milhões anuais no transporte subterrâneo.

Ferreira cita ainda a criação de corredores de ônibus como uma forma barata e eficaz de diminuir os congestionamentos na capital. Para ele, o trânsito nas ruas de São Paulo prejudica mais os usuários de ônibus do que os donos de automóveis.
- Na competição de tempo e dinheiro, mesmo com trânsito, o carro ganha do transporte público. Se faz o mesmo deslocamento do ônibus em metade do tempo.

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