Agora ficou tudo às claras

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Nada melhor do que uma dupla lambida para sentir o verdadeiro gostinho da maladragem que está por trás da cobertura jornalística da matança em Gaza. Parabéns ao seu Cloaca, nosso amigo da blogosfera e, também, ao Luciano Martins, do Observatório da Imprensa.

LAMBIDA 1:

AQUI NÃO TEM REPÓRTER FINGINDO SE ESCONDER DE ROJÃO
Por Cloaca News - Segunda-feira, 5 de Janeiro de 2009

Se você quiser ver, de verdade, o que está acontecendo na Faixa de Gaza, experimente a cobertura da PressTV, uma emissora estatal iraniana, lançada há pouco mais de um ano. O canal , via satélite, funciona 24 horas, e serve de contraponto à cobertura de seus pares do Ocidente, como a CNN e a BBC World. As transmissões são em inglês mas, mesmo que você não compreenda o idioma, você entenderá a força das imagens. São aquelas que as redes de TV brasileiras não mostram. Na PressTV, pelo menos, se o repórter tiver que se proteger, será de um míssil israelense e não de um morteiro de festa junina, como fez o audaz correspondente da Globo, Alberto Gaspar.


LAMBIDA 2:

GAZA SOB FOGO - A guerra escondida
Por Luciano Martins Costa em 5/1/2009
Comentário para o programa radiofônico do OI, 5/1/2009


Os jornais de segunda-feira (5/1) comentam as dificuldades para cobrir a invasão israelense da Faixa de Gaza. Isolados na fronteira, os repórteres podem apenas ouvir as explosões e os disparos, mas não conseguem entrar na zona de conflito nem se comunicar com informantes. Até mesmo os telefones celulares dos soldados foram confiscados, para evitar que se comuniquem com familiares ou jornalistas.

Portanto, tudo que se lê hoje na imprensa sobre os combates e até mesmo sobre o eventual cumprimento das normas do direito internacional para situações de guerra é informação limitada e censurada por uma das partes. O público não está sendo servido de jornalismo, mas do trabalho de relações-públicas que selecionam o que pode e o que não pode ser divulgado.

Cobertura limitada

Os relatos que enchem as páginas dos jornais, vinte e quatro horas após o início dos combates em terra, são produzidos a partir de textos distribuídos pelo exército israelense. Além disso, apenas a rede de TV Al-Jazeera e alguns representantes de agências de notícias que já se encontravam na zona de luta antes da invasão conseguem furar o bloqueio, mas têm dificuldades para as transmissões.

A associação dos correspondentes conseguiu na Justiça de Israel permissão para a entrada de dez jornalistas, mas eles terão a movimentação restrita e serão obrigados a gerar informações para todos os veículos de comunicação que têm representantes do lado de fora.

A cobertura segue sendo parcial e limitada ao que interessa às autoridades israelenses. Ademais, também foram impostas restrições aos integrantes de entidades humanitárias que tentavam ingressar na região para reforçar os serviços de assistência médica aos feridos.

Comendo mosca

A nova etapa do conflito entre o Estado de Israel e o povo palestino está sendo contada por um lado só na grande imprensa. Mas as redes de solidariedade, que reúnem militantes pela paz de todas as nacionalidades, não param de alimentar a sociedade com relatos desordenados, porém cheios de informações, sobre o que acontece na Faixa de Gaza.

As Redes de Cooperação Comunitária sem Fronteiras, por exemplo, traduziram e divulgaram o teor dos panfletos lançados pela aviação israelense sobre a população sitiada na zona de guerra e mantêm um intenso intercâmbio de informações que inclui cidadãos árabes, palestinos e judeus.

Por enquanto, a chamada grande imprensa ainda não descobriu essa fonte alternativa de informações.


2 comentários:

Anônimo disse...

Pena que ninguém veja isso.

Lingua de Trapo disse...

Pois é, fazer o quê?

 

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