INFORMAÇÃO SEM MANIPULAÇÃO - EMPREGO INDUSTRIAL CAIU 0,6% EM NOVEMBRO DE 2008

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IBGE-Comunicação Social-13 de janeiro de 2009

EMPREGO INDUSTRIAL CAIU 0,6% EM NOVEMBRO DE 2008

O recuo sobre o mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, foi o maior desde outubro de 2003 (-0,7%). Na comparação nov 08 / nov 07, o indicador continuou positivo (0,4%), mas assinalou a menor taxa desde outubro de 2006 (0,3%). O acumulado no ano (2,4%) cresceu, mas em menor ritmo do que nos meses anteriores. O número de horas pagas mostrou a maior queda (-1,7%) desde o início da série (jan/01) na relação mês/mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Também houve queda (-0,4%) em relação a novembro de 2007, interrompendo 29 taxas positivas consecutivas nesse tipo de comparação, mas acumulando, no ano, resultado positivo (2,3%). Já a folha de pagamento real encolheu 2,7% frente a out/08, na série ajustada, permanecendo positiva em relação a nov/07 (4,1%) e no acumulado no ano (6,3%).



PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO

O emprego industrial, que permanecia praticamente estável nos últimos três meses, recuou (-0,6%) em novembro frente a outubro, na série com ajuste sazonal. Esta foi a maior queda desde outubro de 2003 (-0,7%). O índice de média móvel trimestral caiu (-0,2%) na passagem de outubro para novembro, interrompendo a trajetória de crescimento presente desde junho de 2008.

Em relação a novembro de 2007, houve alta de 0,4%, o menor acréscimo desde outubro de 2006 (0,3%). Com isso, os indicadores para períodos mais abrangentes mostraram crescimento, mas em menor ritmo do que nos meses anteriores. No acumulado no ano, os resultados foram: 2,7% em setembro, 2,6% em outubro e 2,4% em novembro e, no acumulado nos últimos doze meses, o índice também desacelerou entre outubro (2,8%) e novembro (2,5%).

Na comparação novembro 08/novembro 07, a taxa de 0,4% no pessoal ocupado foi influenciada pelo aumento em oito dos quatorze locais pesquisados, com destaque para Minas Gerais (2,9%) e São Paulo (0,7%), onde sobressaíram alimentos e bebidas (7,7%) e metalurgia básica (8,7%), no primeiro local, e meios de transporte (3,9%) e alimentos e bebidas (3,0%), no segundo. Por outro lado, Santa Catarina (-2,8%) e Paraná (-1,6%) exerceram os principais impactos negativos, ambos pressionados pelas quedas verificadas nos setores de vestuário (-14,8% e -19,0%, respectivamente) e de madeira (-11,2% e -16,6%).

Setorialmente, houve aumento do emprego em onze dos dezoito ramos pesquisados, sendo que as principais influências vieram de máquinas e equipamentos (6,3%), alimentos e bebidas (1,9%), minerais não-metálicos (7,5%), meios de transporte (4,1%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (4,9%). Em sentido contrário, vestuário (-9,8%), calçados e artigos de couro (-8,2%) e madeira (-9,9%) exerceram os principais impactos negativos na taxa global.

No indicador acumulado janeiro-novembro, o avanço de 2,4% no contingente de trabalhadores refletiu as taxas positivas observadas em onze locais e doze segmentos. A indústria paulista (3,3%) foi a que mais pressionou positivamente o índice nacional, com destaque para máquinas e equipamentos (9,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (14,3%) e meios de transporte (8,8%). Vale citar também os resultados positivos de Minas Gerais (4,5%), por conta de alimentos e bebidas (8,5%) e de meios de transporte (13,3%); região Norte e Centro-Oeste (3,1%), influenciada sobretudo por alimentos e bebidas (8,7%); e Rio Grande do Sul (2,4%), impulsionado pelas contribuições de máquinas e equipamentos (23,2%) e produtos de metal (24,4%). Por outro lado, Santa Catarina (-1,1%), Pernambuco (-0,5%) e Espírito Santo (-0,3%) exerceram os impactos negativos no pessoal ocupado na indústria.

NÚMERO DE HORAS PAGAS

Em novembro, o setor industrial reduziu (-1,7%) o número de horas pagas na comparação com o mês imediatamente anterior, já descontados os fatores sazonais. Foi a maior queda em toda a série histórica iniciada em janeiro de 2001. Com isso, o indicador de média móvel trimestral, que no mês anterior

(-0,1%) interrompera uma trajetória de crescimento presente há quatro meses, intensificou o movimento de queda ao assinalar -0,5% entre outubro e novembro. As paralisações na produção e a concessão de férias coletivas não planejadas marcaram o setor industrial a partir de outubro, se ampliaram em novembro e estão na base dessa variação recorde.

No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas recuou (-0,4%), interrompeu um ciclo de vinte e nove meses de taxas positivas e registrou o menor resultado desde novembro de 2005 (-0,6%). Os indicadores para períodos mais abrangentes foram positivos: 2,3% no acumulado do ano e nos últimos doze meses, ambos, porém, mostrando redução frente a setembro e outubro.

O recuo no número de horas pagas em novembro foi de 0,4%, influenciado por perdas em oito dos quatorze locais pesquisados. Entre aqueles que exibiram redução, destacaram-se a região Nordeste (-2,1%), Santa Catarina (-2,4%) e Paraná (-2,2%). Nestes locais, sobressaíram os recuos no número de horas nos setores de alimentos e bebidas (-3,5%) e de têxtil (-11,7%), no primeiro local, e de vestuário (-15,0% e -18,4%, respectivamente) e madeira (-13,5% e 20,8%) em Santa Catarina e no Paraná. Por outro lado, Minas Gerais (3,2%) exerceu o principal impacto positivo sobre a média nacional, impulsionado, sobretudo, pela expansão verificada na indústria de alimentos e bebidas (8,2%).

Setorialmente, houve queda em oito dos dezoito setores pesquisados, sendo que as principais influências vieram de vestuário (-9,7%), calçados e artigos de couro (-9,3%) e madeira (-9,0%), enquanto máquinas e equipamentos (6,6%) e minerais não-metálicos (7,5%) exerceram as pressões positivas mais relevantes. Vale destacar que os setores de meios de transporte e de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos, que mostraram acréscimo de 0,6% em novembro e vinham liderando o crescimento nacional, apontaram clara redução no ritmo de expansão frente aos resultados de meses anteriores.

No indicador acumulado em janeiro-novembro, o avanço de 2,3% no total de horas pagas refletiu sobretudo as taxas positivas observadas em onze locais e doze setores pesquisados. A indústria paulista, com expansão de 3,2%, foi a que mais pressionou positivamente o índice nacional, com destaque para os ramos de máquinas e equipamentos (9,3%), meios de transporte (9,0%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos (11,1%). Vale citar também os resultados positivos vindos de Minas Gerais (5,1%), por conta de alimentos e bebidas (6,6%) e meios de transporte (16,3%), e região Norte e Centro-Oeste (3,1%), influenciada sobretudo por alimentos e bebidas (8,7%). Por outro lado, as indústrias de Pernambuco (-1,8%), Santa Catarina (-0,5%) e Espírito Santo (-0,9%) exerceram os três impactos negativos no total de horas pagas.

Em nível setorial, as expansões que mais influenciaram a taxa da indústria geral prosseguem vindo dos segmentos de máquinas e equipamentos (11,9%), meios de transporte (9,7%) e de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos (9,7%), enquanto as quedas mais relevantes vieram dos setores de calçados e artigos de couro (-9,5%), vestuário (-5,9%) e madeira (-8,4%).

Em síntese, os resultados observados nos índices do emprego industrial e do número de horas pagas estão em linha com a desaceleração da produção industrial ocorrida nos dois últimos meses. No indicador mensal, a taxa do pessoal ocupado em novembro foi positiva, porém, menor que em meses anteriores, enquanto o número de horas pagas, mais sensível ao ritmo da atividade, interrompeu uma sequência de vinte e nove meses de taxas positivas. Outro sinal do menor dinamismo do setor foi observado nas comparações livres de influências sazonais, onde tanto o emprego como o número de horas pagas mostraram, pelo segundo mês consecutivo, taxas negativas frente ao mês anterior, o que levou o indicador de média móvel trimestral a apontar recuo nas duas variáveis.

FOLHA DE PAGAMENTO REAL

Em novembro, o valor real da folha de pagamento, descontado o efeito sazonal, recuou 2,7% em relação ao mês de outubro, segundo resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 3,1%. O índice de média móvel trimestral ficou virtualmente estável (-0,1%) entre outubro e novembro, após quatro trimestres consecutivos com taxas positivas, quando acumulou 3,2%.

Nos principais confrontos com iguais períodos do ano passado, os resultados prosseguiram positivos: 4,1% frente a novembro/2007 e 6,3% igualmente no acumulado no ano e nos últimos doze meses.

O valor da folha de pagamento real, em novembro, aumentou 4,1% na comparação com igual mês do ano anterior, com incrementos salariais em treze dos quatorze locais pesquisados, a exceção ficando com a Bahia, onde recuou 0,8%. A principal contribuição positiva veio de São Paulo (4,0%), refletindo ganhos em produtos de metal (13,7%) e produtos químicos (7,9%). Em seguida, vêm Minas Gerais (10,6%) e Paraná (5,1%). No parque industrial mineiro, os impactos mais expressivos vieram da metalurgia básica (16,8%), minerais não-metálicos (45,1%) e meios de transporte (15,5%). Na indústria paranaense, as maiores contribuições positivas concentraram-se em máquinas e equipamentos (28,8%) e alimentos e bebidas (8,3%). Por outro lado, madeira (-22,8%) registrou forte impacto negativo.

No corte por setores, a folha de pagamento real, ainda no índice mensal, cresceu em doze dos dezoito segmentos pesquisados, valendo destacar os impactos positivos de: produtos de metal (13,5%), minerais não-metálicos (19,6%), metalurgia básica (14,0%) e meios de transporte (4,0%). Do lado oposto, as quedas mais expressivas concentraram-se em calçados de couro (-6,9%) e outros produtos da indústria de transformação (-3,8%).

O valor da folha de pagamento acumulou 6,3% no ano, com expansão em todos os locais investigados. As maiores influências positivas localizaram-se em São Paulo (7,1%), Minas Gerais (9,6%) e Paraná (8,0%). Na indústria paulista, o destaque coube a meios de transporte (11,6%) e produtos químicos (16,4%); já na indústria mineira, sobressaíram metalurgia básica (9,9%) e meios de transporte (16,1%). Por último, no Paraná, vale mencionar máquinas e equipamentos (32,3%) e alimentos e bebidas (8,2%).

Setorialmente, em nível nacional, treze aumentaram e cinco reduziram o valor da folha de pagamento. No campo positivo, destacam-se meios de transporte (11,9%), máquinas e equipamentos (8,1%) e produtos de metal (13,2%) e, no campo negativo, calçados e artigos de couro (-6,3%) e papel e gráfica (-2,6%).


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