FERNANDO PIMENTEL, UM POLÍTICO QUE CONSOME UMA PROMISSORA CARREIRA POR CONTA DE SUA ARROGÂNCIA E PRESUNÇÃO

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ESTÁ RINDO DO QUÊ MESMO SR. PIMENTEL?

Não bastasse o fato de ter sido protagonista do fato político mais inusitado de Belo Horizonte, a aliança com o PSDB de Aécio Neves para eleger o Prefeito Laranja Márcio Lacerda, o ex-Prefeito Fernando Pimentel parece que está sendo vitimado pela própria soberba. Também pudera, quem tem amigos do quilate do Deputado Virgílio Guimarães, um desagregador de carteirinha, não precisa de inimigos para se estrepar.


Pimentel distante do Planalto
Juliana Cipriani - Estado de Minas

Nome certo para o Conselho de Desenvolvimento, ex-prefeito de Belo Horizonte vê suas chances de ir para o governo federal diminuídas depois de entrevista em que critica ministros mineiros.

Os estragos causados pela polêmica entrevista do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) no início da semana podem não se resumir ao esvaziamento do encontro estadual da legenda, que ocorre este sábado em Belo Horizonte sem a presença de suas principais estrelas. Além de afastarem a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que chegou a ser confirmada no site do PT para a abertura do encontro de prefeitos, vices e vereadores, as palavras mal ditas tornam incerta para o mineiro a ocupação de um cargo no governo federal. Depois de ser dado como certo que Pimentel integraria o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, aliados admitem que nada está garantido, enquanto os desafetos garantem que ele é carta fora do baralho.

O certo é que em Brasília, segundo integrantes do comando da legenda, a entrevista à revista Veja foi vista como desastrosa. Além de atingir diretamente os ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e da Secretaria-geral da Presidência, Luiz Dulci – principais lideranças do estado –, Pimentel disse à revista ter sido convidado pelo presidente Lula a integrar sua equipe econômica, o que teria irritado o Palácio do Planalto. Outra bola fora foi dizer em seguida que o presidente também quer que ele ajude a costurar a candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência em 2010.

“A entrevista dele foi muito desastrosa. Ele colocou que iria usar o cargo público para fazer campanha. De uma vez só ele briga com parte do PT e expõe o presidente Lula e a ministra Dilma”, disse um integrante da Executiva. Segundo outro dirigente de Brasília, Pimentel está muito desgastado com o PT nacional e com o governo, desde que levou adiante a polêmica aliança entre petistas e tucanos em Belo Horizonte, que elegeu o seu sucessor, o prefeito Márcio Lacerda (PSB). “Ele está cada dia mais queimado porque é muito afoito e fala coisas que não correspondem à realidade.” De acordo com fontes da Executiva Nacional, Pimentel nem sequer participou da festa de comemoração dos 29 anos do PT.

Encontro

O ruído no encontro de hoje mostra que o clima no PT mineiro é pesado e que não há intenção das lideranças nacionais de se arranharem com ele. Nem Dilma nem os ministros Patrus e Dulci comparecerão. Oficialmente, alegam problemas de agenda, mas a fala de Pimentel, principalmente em relação aos dois mineiros, foi decisiva. O ex-prefeito disse haver um “setorzinho xiita” no partido que carregou Patrus e Dulci “de roldão”. Patrus disputa com ele a indicação do partido para concorrer à sucessão do governador Aécio Neves (PSDB), até então aliado de Pimentel – na mesma entrevista, no entanto, o petista se indispôs com o tucano ao afirmar que ele não terá espaço em seu partido para concorrer à Presidência da República. Entre os problemas de agenda alegados por Patrus estaria a forma atabalhoada como foi feito o convite para participar do evento. Ele teria sido convidado de última hora e sem grandes detalhes e a interpretação foi de que o encontro seria para destacar Pimentel e a ministra Dilma.

Para aliados de Pimentel, a entrevista não interferiu no quadro, já que qualquer decisão sobre um eventual cargo no governo sairia depois do carnaval. “Não atrapalhou nem ajudou. Quem está falando isso são as lideranças que não querem o Fernando em Brasília”, avalia o deputado federal Miguel Correia Júnior. Quanto ao cargo no governo, ele diz ser uma prerrogativa somente do presidente Lula. “Não está certo como nunca esteve”, disse.

Em janeiro, Pimentel esteve quatro vezes com o presidente em Brasília, a convite de Lula. Nesta terça-feira, ele voltou ao Planalto, mas, embora tenha dito que teria nova reunião, não teve encontro reservado com Lula. O encontro foi durante a rápida passagem do mineiro pelo evento dos prefeitos. A avaliação do grupo de Pimentel é de que o trabalho de viagens pelos municípios mineiros em busca de apoio para 2010 é a prioridade no momento.

Pela unificação

Num aparente gesto de conciliação, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, defendeu, na sexta-feira, a reunificação do PT em Minas, como forma de encontrar o caminho para a ampla participação de todas as correntes que militam na legenda e definição de propostas concretas com vistas às eleições para governador no ano que vem. “Antes de nomes, temos de pensar em um grande projeto de desenvolvimento econômico e social para Minas”, afirmou. A proposta vem no momento em que seu adversário petista à candidatura para o governo mineiro, o ex-prefeito Fernando Pimentel, caiu em desgraça por fazer declarações inoportunas e conflitantes com os interesses dos seus aliados.


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