Brasileira é indiciada por prestar falso testemunho na Suíça
Jornal Hoje - Marcos Losekann e Sérgio GilzZurique, Suíça
Paula Oliveira, que diz ter sido atacada por neonazistas na Suíça, foi indiciada pelo Ministério Público de Zurique. Ela está proibida de deixar o país.
Para a mesma história, há duas versões: a brasileira Paula Oliveira disse que sofreu um aborto quando foi atacada por neonazistas; a polícia suíça diz que Pala se cortou superficialmente para simular um ataque e que ela não estava grávida.
Nesta quarta-feira, o Partido Popular da Suíça – da sigla SVP, que foi escrita com cortes no corpo de Paula – pediu o indiciamento da brasileira, com base nas denúncias feitas por colegas de trabalho de Paula em Zurique.
Eles mostraram à polícia o e-mail que Paula mandou no dia 16 de janeiro, informando a todos sobre a suposta gravidez. No e-mail, Paula anexou um e-mail de ultrassom e escreveu: “a imagem fala por si só”. Alguns dos colegas desconfiaram, investigaram na Internet e encontraram a mesma imagem numa página do jornal New York Times.
Para o porta-voz do Partido Popular Suíço, Alan Howard, era o que faltava para provar que Paula estaria fantasiando tudo, inclusive o ataque.
O assunto foi notícia nos principais jornais suíços, que acusam a brasileira de falsidade ideológica e tentativa de enganar as autoridades locais.
Paula Oliveira recebeu alta na terça-feira à noite do hospital universitário onde ficou internada durante uma semana. No prédio onde mora, ela apareceu de relance na janela, mas só até perceber que estava sendo filmada.
Na quarta-feira, Paula foi indiciada pelo Ministério Público por falso testemunho. Ela até poderá responder em liberdade, mas não tem permissão para deixar o país enquanto durar o processo. Se for condenada, Paula Oliveira poderá cumprir pena de até três anos de prisão.
Na manhã de quarta-feira, o porta-voz do Partido Popular Suíço, o SVP, disse aos nossos correspondentes que Paula Oliveira deveria devolver aos cofres públicos da Suíça o dinheiro gasto na investigação.
O promotor público responsável pela investigação, Marcel Frei, assegurou à nossa produção em Londres que todas as possibilidades do inquérito estão em aberto – inclusive se a brasileira tem ou não um distúrbio psíquico.
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2 comentários:
O que interessa é saber se ela foi de facto atacada e isso parece ter mesmo acontecido dado que os ferimentos não podiam ser auto-infligidos, pelo que tem sido dito.
Sabendo-sde isso interessa saber por quem.
Se estava grávida ou não, tal não é relevante para o caso neste plano.
Mas a arte de dispersar ideias e relatos sobre factos parece ser universal.
Daniel
Oi Daniel, ainda não tive tempo para te agradecer por estar acompanhando o Língua de Trapo. Espero que possa contribuir com algo útil aí para vocês.
Quanto a essa estória da Paula, desde o começo tentei ficar alheio, pois o comportamento da mídia brasileira com casos de racismo, xenofobia ou qualquer outro tipo de intolerância só são relevantes quando se tratam de brasileiros no exterior. Não sei se você sabe, mas aqui no Brasil isso ocorre o tempo todo e, há poucas semanas atrás, mais precisamente no dia 23 de janeiro, publiquei aqui no blog um caso envolvendo um segurança negro e uma secretária do Vice-Governador do Estado de Minas Gerais onde eu resido. "SINHAZINHA SECRETÁRIA DO VICE GOVERNADOR DE MINAS GERAIS CHAMA SEGURANÇA DE LOJA DE CRIOULO E DE MACADO - EM MINAS É ASSIM, PRETO É PARA "SIFU"" Resumindo, nenhum jornal deu uma linha sequer sobre o fato, a não ser o Novo Jornal (um alternativo on-line). Você que já acompanha outros blogs daqui já deve saber a luta que travamos com a nossa mídia, que é suja, elitista e racista.
Mas voltando ao caso da Paula, notícias que acabam de chegar por aqui dão conta de uma suposta confissão dela. O Brasil é um país de ótimas pessoas e de um povo muito sofrido, mas cheio de espertos também.
Um grande abraço e vamos conversar por mais vezes.
Luiz Moura
soares.lc2@gmail.com
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