O DOMINGÃO DO FAUSTÃO E A CURIOSA CIDADE DOS APELIDOS DE AÉCIO NEVES

É TUDO PROPAGANDA, COMO SEMPRE!


Para quem é de cidade do interior, não é novidade alguma esta estória das pessoas possuírem apelidos. Todo mundo sabe que os vínculos sociais são muito estreitos e tem origem, principalmente, nas relações familiares ou no papel que cada uma dessas famílias exerce no contexto daquela comunidade. Por isso, é muito comum a pessoa ser conhecida por esses atributos ou, por qualquer outra referência equivalente, tais como ocupação profissional, local de residência e, até as não tão politicamente corretas, como aqueles que fazem referência de características físicas, comportamentos, raça, etc..

Deixando em segundo plano estas explicações, uso esse espaço apenas para manifestar o meu ceticismo quanto à aparição do Governador Aécio Neves, no último domingo, no programa Domingão do Faustão. É curioso, pois a cidade de Cláudio não é a única entre os mais de 800 municípios do estado de Minas Gerais que esta prática é usual e, tampouco, no restante do país.

Pois bem, vou desconsiderar o fato óbvio de que esta aparição de Aécio Neves no Domingão do Faustão tenha sido arrumada pela eficiente máquina de propaganda do Palácio da Liberdade, assim como, há cerca de dez dias, também arrumou aquela matéria na revista Isto é, onde Aécio se proclamou como "uma nova alternativa para o país".

Mas o melhor vem agora. Aécio Neves nos presenteou com uma grande novidade. Isso mesmo, segundo ele, em sua cidade natal, Cláudio, onde o Presidente Trancredo Neves (eleito e não empossado) conheceu e se casou com a vovó Risoleta, ele não é conhecido com Aécio nem tampouco como Governador, é conhecido como "O Cunha", numa alusão ao sobrenome de sua família.

Mas, Cunha? Que merda é essa? Só se for mesmo lá nos cafundós de Cláudio que Aécio Neves é conhecido como Cunha, pois para mim e, tenho certeza, para outros tantos milhões de mineiros e também de não mineiros, desde que Aécio apareceu na vida pública de carona na popularidade de seu avô, a ele já foram atribuídas várias alcunhas, menos esta, de Cunha. Poupe-me Sr. Aécio!

E dentre a infindável lista de alcunhas atribuídas ao Cunha, que é tão singela quanto aquela protuberância que ele ostenta entre os olhos, estão a de Playboy Carioca, Mr. Bean, Paquerador, Garanhão e vão até aquelas que insinuam supostas práticas de sua vida privada, como Aecinho do Pó, Cheirécio Neves, Aecinho-Cheira-Pó, Carreira Neves, Narizinho Neves e por aí vai. Ou será que ele já se esqueceu que nós ainda temos bem claro na nossa memória aquela ovação que ele recebeu no Mineirão, quando mais de setenta mil expectadores bradavam "ô Maradona vai sifu, o Aécio cheira mais do que você".

Mas se você quiser saber mais dos apelidos, das façanhas amorosas ou das farras do nosso querido governador, basta bater um papo com os sempre bem informados taxistas que fazem o trajeto do aeroporto de Confins ao centro de Belo Horizonte, pois as estórias que eles contam são impagáveis, assim como o rosário de alcunhas que só eles sabem bem dizer.