ESTA É PARA O JOSÉ SERRA E PARA TODOS OS CORNETEIROS DE PLANTÃO

|

Ainda não me inspirei o suficiente para divulgar o resultado da enquete do Charlatômetro, mas posso adiantar que José Serra venceu por pequena margem. Foi uma disputa acirradíssima, corno a corno, com se diz no nordeste.

Mas o assunto que me faz escrever esta postagem é a cara-de-pau dessa gente que esbraveja e pede uma redução apoteótica da taxa SELIC, sem falar na queixa constante de conservadorismo do Banco Central, mesmo tendo feito o COPOM o maior corte de juros desde 2003, de 1,5 pp, deixando a taxa SELIC em 11,25% a.a..

Eu tenho comigo, talvez até por influência da minha formação acadêmica, pois sou Administrador de Empresas, que há uma sutil diferença entre ser arrojado e ser precipitado. Por exemplo, não gosto de discutir futebol com aqueles que ao primeiro mal resultado do seu time querem a cabeça do técnico, mesmo se ao longo do seu trabalho os indicadores de desempenho não sejam insatisfatórios ou, ainda, se outros problemas que afligem a agremiação esportiva não são considerados, tais como nível técnico dos atletas, infra-estrutura esportiva, situação financeira do clube, dentre outros. Da mesma forma, não caio nessa de pedir a cabeça de Henrique Meireles por conta de um suposto conservadorismo seu e de sua equipe de economistas, mesmo porque, se olharmos o conjunto de medidas econômicas do Governo Lula, constataremos que BACEN acertou muito mais do que supostamente errou.

Engraçado que logo o futebol brasileiro, com toda a sua desorganização, tem nos mostrado, nas principais competições, que só os clubes que privilegiam os seus treinadores, levam as finanças a sério e trabalham de forma planejada e integrada, colhem frutos mais vistosos do que os demais. Que digam isso os torcedores são-paulinos, os palmeirenses, os corintianos, os cruzeirenses, os colorados, os gremistas e, também, os do Sport Club Recife (eu não esqueceria do time do coração do nosso amigo Gilvan, do Terror do Nordeste). Mas perdoem-me se deixei de citar outros não menos importantes, pois estes são, sem dúvidas, aqueles que os resultados recentes nos permitem afirmar isto.

Ao contrário disso, por exemplo, vemos toda decadência em que vive o futebol carioca, com raríssimos lampejos de exceção, assim também como outros grandes clubes do cenário esportivo nacional.

Mas de volta ao assunto inicial, eu só gostaria de enfatizar que disse tudo isto apenas para mostrar, mesmo respeitando a opiniões divergentes, pois assim como acontece no futebol, na economia, a quantidade de corneteiros também é enorme e, a maioria, é fomada por oportunistas que estão sempre dispostos a tirar qualquer espécie de proveito ou vantagem da situação. É o que fazem agora José Serra e os partidos da oposição, as entidades empresariais de SP, além, claro, da imprensa golpista e de determinados setores do sindicalismo nacional, sendo o seu maior expoente, a Força Sindical, aquela mesma que sempre é a primeira a abrir as pernas para os patrões.

E só mais uma observação: eu tenho plena conciência da extensão desta crise, mas não concordo com aqueles que negam que o excesso de demissões ocorridas em São Paulo não tenha sido, no mínimo, uma parada técnica convenientemente planejada e, estou disposto a discutir isto, pois os dados que agora surgem a público são suficientes para sustentar minha tese, mesmo eu não sendo economista.

Para ACSP, corte da taxa básica de juros foi "tímido"

Redução da taxa de juros foi insuficiente, diz Fecomercio

Força Sindical: decisão do Copom é nefasta para trabalhador

O engraçado disso tudo é que no governo FHC, mais precisamente a dez anos atrás, esta mesma taxa SELIC esteve no absurdamente elevado patamar de 45,00% a.a. e, o país, à beira da falência. Só por curiosidade, apurei a média aritmética da taxa SELIC durante os últimos 6 anos do governo FHC e dos seis anos do governo Lula, o resultado é o seguinte: 21,45% e 16,85%, respectivamente. É bom acrescentar, ainda, que nos dois períodos comparados, no de FHC a menor taxa SELIC foi de 15,25%a.a. e maior de 45,00%a.a., enquanto no de Lula, a menor taxa SELIC foi 11,25%a.a. e a maior de 26,50% a.a.

Pois bem, vou dar como exemplo para os corneteiros o que respondeu a um jornalista o técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, logo após uma partida em que o seu time havia vencido e estava em vista de ser campeão, mas foi questionado, insistentemente, pelo futebol feio e não convincente.

De pronto, Muricy respondeu:

- "Se você quer ver espetáculo, vá ao teatro."

E para finalizar, eu também não poderia deixar de dar um lambida na postagem que acabo de ler no blog do nosso amigo Gilvan, onde ele revela toda a presunção e oportunismo que marcam o PSDB:

TUCANOS INCOMPETENTES QUEREM DAR PITACO
O que esses tucanos pensam quem são, hein? Esses corruptos e incompetentes quebraram o Brasil, agora querem dar conselho a quem vem administrando a marolinha com ousadia e competência. Esses safados querem ajudar o Brasil como fizeram com a ADIN ajuizada no STF para barrar o Fundo Soberano. Se Lula aceitar o conselho desta gang que dilapidou o Brasil, estamos ferrados, fudidos. Tucaninhos agourentos façam o seguinte: criem um gabinete de crise no Rio Grande do Sul, um estado tomado pela corrupção.Vão lá, deem um conselho para Yeda Cruzes.


Agora fiquem com ele, o espertalhão do Palácio dos Bandeirantes.

Superamos 6 meses de inércia, diz Serra sobre corte de juros
Andressa Tufolo - Direto de São Paulo - Especial para o Terra
Quarta, 11 de Março de 2009, 21h06


O governador de São Paulo, José Serra, se reuniu nesta quarta-feira com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, para falar sobre política econômica. Após a reunião, ele declarou estar satisfeito com a queda da taxa básica de juros de 1,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

"Achei positiva (a decisão do Copom). Superamos seis meses de inércia, pelo fato desses juros não terem baixado antes", disse. "Melhor tarde do que nunca", completou.

Segundo o governador a economia está em queda grave, uma das mais fortes das últimas décadas. "Isso se deve em grande parte pela inércia do Banco Central".

De acordo com Serra a queda de juros ajudará o crescimento econômico, mas acha difícil o Brasil crescer ainda este ano. "Dificilmente a economia se expandirá, apesar da minha torcida ser para que vá bem".

0 comentários:

 

©2009 Língua de Trapo | Template Blue by TNB