Lambido do Portal O TEMPO
Chora bobão!
Se Hélio Costa não perde oportunidade para falar de Dilma Rousseff, a candidata do PT, Anastasia e Aécio não falam de José Serra de jeito nenhum, candidato do partido deles, o PSDB. Medo, vergonha, esquecimento, cálculo? Os quatro juntos?
Se os caciques não se lembram de Serra, a tribo de candidatos e cabos eleitorais se calará, como calada está.
Passando pelo bairro Belvedere, um tripé luxuoso mostra a cara do deputado Gustavo Valadares, do DEM - filho de Ziza Valadares, ex-deputado do PSDB, ex-presidente da Cenibra e da CBTU por nomeação de Fernando Henrique. Certamente, foi um que se esbaldou enquanto durou o reinado tucano. Na tábua de Gustavo se enxergam as faces sorridentes de Aécio e Anastasia. Nenhuma citação a José Serra, apesar dos transcursos felizes do pai e ainda do vice-presidente indicado pelo DEM.
Em caso de vitória de Serra, provavelmente estarão lá em Brasília para cobrar mais uma CBTU de favores. E por que, agora, esquece-se de Serra? A atitude é até inconsequente, entretanto, não são exceções. Encarnam a regra desde o governador até o deputado estadual, todos omitindo o candidato presidencial.
Para gáudio máximo de Dilma, e não de Hélio Costa, no último fim de semana foi disparada uma operação de telemarketing eleitoral com alvo numa dezena de milhares de residências de Belo Horizonte e de municípios de Minas. Provavelmente, milhões de telefonemas serão gastos para permitir que a voz firme e cordial de Aécio Neves lembre os avanços de seu governo e peça apoio para seu ungido Anastasia. Durante o minuto que dura a ligação não se ouve uma citação a Serra.
Observe-se: tivesse do alto de seu prestígio se lembrado de Serra, o que era fácil, o candidato à Presidência pelo PSDB, além de Anastasia, teria recebido um empurrão de milhares de votos a custo zero. A omissão soa quase condenação.
Não se encontram santinhos citando Serra. Em compensação, o sorriso amarelo de Dilma acompanha "religiosamente" as propagandas dos candidatos petistas.
O PSDB, por essa entre outras, mostra-se como uma frente de interesses patologicamente pessoais. A nobreza de um Montoro e o desprendimento de um Covas já se foram, a inteligência e o trabalho de estruturação de Fernando Henrique, que abriu uma era de prosperidade para o país, nunca foram defendidos pelos tucanos de segunda geração. FHC foi abandonado às feras.
O sentido de "pátria", a "utopia", ou desprendimento, desapareceu para dar lugar a assíncronos e secundários como um "choque de gestão", ode ao tributarismo estrábico - aquele que não tem noção de economia de escala, das vantagens da inclusão social e até dos maiores recursos para o erário.
Uma campanha eleitoral começa e o PT se une acreditando que a vitória para presidente será a vitória de todos os filiados. O PSDB (de Minas) não, calcula que esquecer seu candidato é melhor.
1 Comentário:
Como trazem bálsamo à alma essas palavras! Dá-lhe, Dilma!
Postar um comentário