O JEITO FOLHA DE SER

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Datafalha não entrevista:
faz sessão de tortura

Uma especialidade da casa

Tati é uma brasiliense.

Não é petista mas vai votar na Dilma.

O Datafalha a entrevistou.

Logo de saída, ela disse: vou votar na Dilma.

Ela começou pela resposta “espontânea”.

Mas, a partir daí, foi submetida a uma sessão de tortura.

Você sabe que o filho da Erenice recebeu dinheiro ?

Você sabe que a Erenice sabia ?

Mesmo assim você vai votar na Dilma ?

O Lula sabia.

Mesmo assim você vota na Dilma ?

As perguntas comportavam, apenas, resposta “sim” ou “não”.

Não havia hipóteses: o filho da Erenice fez, a Erenice sabia, o Lula sabia – como se tudo fosse provado, julgado verdadeiro.

Quem disse que o Lula sabia ?, se perguntou a Tati.

Mesmo assim … mesmo assim você vota na Dilma ? – o entrevistador insistia.

Foi um constrangimento, diz a Tati.

Isso não é uma pesquisa de opinião pública.

Isso é uma sessão de tortura.

Uma especialidade da casa: clique aqui para ler sobre o livro de Beatriz Kushnir, “Cães de Guarda – jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988”, editora Boitempo, págs. 213 a 274, “O jornal de maior tiragem: a trajetória da Folha – dos jornalistas aos policiais”.

E aqui para ler “Folha ajudou a matar o pai de Ivan”.

Paulo Henrique Amorim

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