Renato Cobucci
Eliseu Resende morreu deixando uma vaga que poderá ser assumida por Clésio Andrade (PR) ou pelo DEM
A morte do senador por Minas Gerais, Eliseu Resende, pode gerar uma briga política entre o partido Democratas (DEM) e o primeiro suplente à vaga, Clésio Andrade (PR). Isso porque o partido está de olho no cargo deixado pelo parlamentar. Nos próximos dias, o Republicano assume o cargo, mas a briga promete novos capítulos.
Mais do que uma queda de braço entre partido e suplente, a definição de quem vai ficar com a vaga pode representar uma batalha entre governistas e a oposição no Senado, já que o PR está ao lado da presidente Dilma Rousseff (PT). Com a morte de Eliseu e a confirmação, mesmo que parcial de Andrade, o DEM passa a ter quatro parlamentares na Casa e o PR sobe para cinco cadeiras.
Clésio Andrade tem direito ao cargo nos próximos quatro anos. Mas a longo prazo o republicano pode ter problemas na Justiça. Isso porque o DEM analisa a possibilidade de solicitar o posto.
“Se formos fazer uma interpretação da Lei atual, a vaga pertence à legenda. Mas vamos aguardar uma decisão do Senado antes de nos manifestarmos”, afirmou Carlos Melles, presidente estadual do DEM.
Segundo ele, as conversas para analisar o impasse já começaram. “Há especulações neste sentido. Nós vamos ter calma. O Supremo Tribunal Federal entende a questão desta forma e, se for confirmado, a vaga é nossa”. A reportagem tentou contato com Clésio Andrade, mas não obteve resposta.
As declarações de Melles foram dadas durante o enterro de Eliseu Resende, nessa terça-feira (3), em Belo Horizonte. Centenas de pessoas, entre familiares, políticos e amigos estiveram no cemitério da Colina, na região oeste da capital. O governador Antonio Anastasia (PSDB), o vice, Alberto Pinto Coelho (PP) e o senador Itamar Franco (PPS) marcaram presença. Clésio Andrade, que está em viagem ao exterior, e o senador por Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), peça fundamental para a eleição de Eliseu em 2006, não compareceram à cerimônia.
O enterro foi realizado em Belo Horizonte a pedido da esposa do parlamentar, Dinah Nogueira de Resende. Anteriormente, o sepultamento estava marcado para a cidade de Oliveira, a 140 quilômetros da capital. Houve um princípio de desentendimento entre os familiares do senador e a esposa, mas a situação foi resolvida. O corpo foi levado para Oliveira na terça-feira (3) e retornou no mesmo dia.
Eliseu Resende morreu no último domingo (2), aos 81 anos, vítima de uma insuficiência renal. Ele havia sido internado no Instituto do Coração, em São Paulo, para a retirada de um tumor, mas o quadro se agravou.
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