Antes de ler esta postagem leia esta, Reajamos, brasileiros!, antes que você seja atropelado por um touro desembestado.
O chamado efeito manada, geralmente associado com o noticiário econômico, é uma analogia aplicada ao comportamento dos seres humanos diante de uma situação de pânico generalizado, a exemplo do que ocorre na natureza com algumas espécies de mamíferos ruminantes quando, diante de uma situação de perigo súbito, debandam-se em correria desenfreada e sem rumo.
Mas não é do noticiário econômico que eu vou retirar a substância para esta postagem, mas sim de uma prática de manipulação da opinião pública muito utilizada para atender alguns interesses privados ou político-partidários.
Funciona assim: a mídia, diante de um fato qualquer de pequena, média ou grande relevância, na verdade não é isto não importa e, seja ele político, econômico, ambiental, de saúde pública ou de segurança, orquestra uma grande cobertura jornalística.
Esta cobertura, invariavelmente, toma proporções de espetáculo com direito a opinião dos especialistas, vazamentos de informações sigilosas, denúncias anônimas, relatos de experiência pessoais, entrevistas exclusivas, enquetes, gráficos ilustrativos e fica, durante dias a fio, a se repetir em todos os meios de comunicação, sejam eles a televisão, o rádio, os jornais impressos, as revistas semanais e os principais portais da Internet.
Depois de certo tempo de extenuante exposição, surgem elas, as pesquisas de opinião, recheadas pelas obviedades e atestando que você cidadão, concorda plenamente com tudo aquilo que foi exposto por eles, mesmo que tenha sido tudo inventado.
Você quer exemplos?
- O suposto surto de febre amarela que fez você correr atrás de vacina e que, por esta mesmo motivo, vitimou oito brasileiros não pela doença, mas por tomar vacina indevidamente;
- O surto inflacionário causado pela crise mundial dos alimentos que fez você correr aos supermercados e, por sua vez, provocou uma alta generalizada e infundada dos preços de todo tipo de mercadoria;
- A crise dos grampos telefônicos que, ao que tudo indica, parece mais uma armação do Ministro Gilmar Mendes e da revista Veja, para abafar o caso Daniel Dantas e que, por tabela, deixou você, cidadão comum, apavorado por ter dito ao telefone algumas impropriedades com aquela sua colega íntima de trabalho e agora teme ter sido grampeado por ela e acusado assédio sexual.
Concluindo, pesquisas de opinião são meros instrumentos científicos de medição, e só retratam aquilo que já existe ou que sofreu alguma espécie de influência ou pré-contaminação intencional.
3 comentários:
Esses são casos, sim, de farsas jornalísticas, coberturas direcionadas a determinados fins, sem muito cuidado com apuração e comedimento até que houvesse algum dado mais claro acerca da situação. Porém, o tal efeito-manada não se encaixa nas situações, porque ele acontece apenas na segunda fase (uma pessoa, duas vão ao supermercado com medo da inflação, e a manada acaba indo atrás). A indução feita pela imprensa não é parte desse efeito. É apenas indução, mau jornalismo, desrespeito.
Caro Elpydio, um conhecido de buteco, que por sinal é jornalista, disse-me uma vez algo parecido com isto: Num tudo está à venda, menos a data. E eu ainda tenho dúvidas deste porém.
Eu leio muito o blog do Luís Nassif e, num dia destes, ele publicou algo a respeito do efeito psicológico no mercado e no consumidor destas induções do mau jornalismo. Veja você o tamanho da desaceração da economia que vem sendo apregoada pela imprensa e os sucessivos índices de redução do desemprego. Tem algo estranho aí não é verdade?
Elpydio, perdoe-me, comi uma palavra: Num jornal tudo está a venda, menos a data.
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