Antes de ler esta postagem leia esta, Reajamos, brasileiros!, pois a mídia acredita, piamente, que no lugar do cérebro você tem é geléia dentro da cabeça.
A Miriam Leitão, o Carlos Alberto Sadenberg, o William Waack, o Diogo Mainard, o Reinaldo Azevedo, o Galvão Bueno, o William Boner e esposa, a Eliane Tucanhêde, O Merval Pereira, a Lúcia Hipólito, e mais uma interminável lista de estrelas do nosso jornalismo corporativo acreditam, irrefutavelmente, que nós acreditamos cegamente em tudo que eles falam.
Você não acha que é muita pretensão a minha, um medíocre e insignificante mortal, desacreditar da luminescência sobrenatural destas estrelas?
Mas antes de tirar suas conclusões, leia aí em baixo, a reprodução de uma postagem feita pelo Jornalista Luís Nassif, publicada hoje no seu blog.O jornalismo de pegadinha
O subjornalismo tem diversas vertentes.
Há um tipo de jornalismo de intriga. Tome-se uma entrevista de alguém, selecione-se uma frase que possa passar a impressão de estar criticando outra pessoa, e dê destaque. Depois, repercuta com a pessoa supostamente criticada.
Há o jornalismo futebolista, que transforma qualquer evento, por mais insignificante que seja, em peleja, com um vencedor e um derrotado.
Ultimamente floresceu o jornalismo dicionário, preocupadíssimo em levantar erros de português em declarações de autoridades.
E há o jornalismo de “pegadinha”. Consiste em pegar uma entrevista de uma pessoa, separar uma palavra específica do contexto, dar-lhe a interpretação indevida. E, depois, tratar os esclarecimentos como se fossem “recuo” ou “desmentido”.
É o caso típico dessa discussão bizantina em torno da “ajuda” do BNDES às empresas que perderam com o subprime brasileiro.
O presidente do BNDES Luciano Coutinho disse que o banco estaria atento a esses problemas – especialmente de empresas com repercussão sobre cadeias produtivas.
Em nenhum momento falou em “ajuda”, em “operação hospital”, em “subsídios”. Pelo contrário: falou em capitalização das empresas pelo valor de mercado (isto é, depreciado). Significa adquirir ações – na baixa, se de empresas em dificuldades – para garantir o retorno ao banco quando a empresa se recuperar.
Falou mais. Que o banco aproveitaria essas capitalizações para induzir as empresas a saltos de governança corporativa e modernização de gestão.
Não adiantou. Uma ação não paternalista foi dividida em dois blocos opostos, ambos dando mote a críticas. O primeiro bloco foi o mote da “operação hospital”, ignorando-se que seria através de compra de ações depreciadas. O segundo bloco foi o da “estatização”, ignorando-se que compra de ações desmentia a tese da "operação hospital".
Aí vem o Ministro da Fazenda Guido Mantega reiterar que o governo não vai “ajudar” especuladores. Coutinho esclarece, mais uma vez, que o BNDES não é hospital e que as operações, se ocorrerem, seguirão estritamente procedimentos de mercado.
Agora, as manchetes falam em “desmentido”, “recuo”e coisas do gênero.
Esse tipo de jornalismo de “pegadinha” já cansou.
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