Virgílio Guimarães - Pé frio, agourento ou traíra?

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Definitivamente não sou supersticioso, mas no campo da política há gente que leva isto muito a sério. No meu íntimo, tenho opinião formada sobre a sucessão de fatos relacionados neste post, no entanto, há gente que, se de repente cruzar com o Deputado Virgílio Guimarães, tem motivos de sobra para procurar uma benzedeira.

Em 1996, o então deputado estadual Virgílio Guimarães, em sua imensa vaidade de ocupar o cargo principal no executivo municipal, dividiu o PT mineiro e empreitou sua candidatura pela frente BH Popular contra a vontade do então prefeito Patrus Ananias que havia indicado para sua sucessão Célio de Castro, o que veio de fato ocorrer por dois mandatos.

Na chamada crise do mensalão, estava lá de novo o personagem Virgílio, que segundo consta, foi responsável por apresentar o “publicitário” Marcos Valério a Delúbio Soares e, ainda, ganhou a alcunha de lobista do execrado “publicitário”.

Oportunista como sempre, Virgílio Guimarães foi o pivô, mais uma vez, de um dissenso dentro do PT quando, à revelia de seu partido, lançou candidatura independente para disputar a Presidência da Câmara dos Deputados levando o candidato oficial do partido à derrota e, desta forma, possibilitando a eleição de Severino Cavalcanti, aquele do mensalinho.

Esta indisciplina teve por conseqüência, além da desastrosa eleição de Severino Cavalcanti, a fragilização da sustentação política do governo Lula na maior crise de seu primeiro mandato.

Ao inconfidente deputado, foi imposta pela direção nacional do partido um ano de suspensão das atividades partidárias pena esta, que considero ter sido branda diante da gravidade dos fatos. A primeira alternativa foi a expulsão, mas a proposta foi rejeitada na plenária.

No embate eleitoral deste ano em BH, Virgílio aparece, mais uma vez, como um dos protagonistas do golpe que parte do PT mineiro aplicou em seus eleitores e que, vendeu a legenda e o prestígio de seus dezesseis anos de administração da capital mineira para o PSDB de Aécio Neves.

Embora seja cedo para afirmar, há indicadores de que esta nova inconfidência, assim como aquela do século XVIII, pode ir para o brejo e dar para o PMDB, de tristes recordações na gestão da capital, uma vitória até então impensada.

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