A outra guerra da Colômbia

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Com autorização da Revista do Brasil, reproduzo nesta postagem a 1a. parte da espetacular reportagem de João Correia Filho, que mostra uma dimensão pouco conhecida entre nós sobre o universo político e social do país de Álvaro Uribe.

Esta é uma reportagem singular e que nos permite avaliar, também, em que dimensão moral e ideológica opera a mídia corporativa brasileira, pois ao enredo da retórica de combate ao narcotráfico de Álvaro Uribe, relativizam a verdade e fazem das Farc o bode expiatório de toda a violência que ocorre naquele país.


Alvo vivo - Fax, carta, telefonemas. Gilberto Martínez Guevara, da executiva da CUT colombiana, já foi ameaçado de morte de todas as formas e inúmeras vezes.

A outra guerra da Colômbia

Patrocinadas por forças econômicas que mandam no país há 60 anos, paramilitares de extrema direita expulsam pessoas, separam famílias, eliminam ativistas sociais, arrasam a democracia e os direitos humanos.

Nono andar do edifício Caxdac, região central de Bogotá. Tenho as bolsas revistadas e passo por um detector de metais para chegar a uma ante-sala com uma porta de aço e uma pequena janela. A visão através dos vidros à prova de balas, esverdeados de tão espessos, é turva. A secretária tem contato com o mundo por uma gaveta em que mal cabe sua mão, por onde entram e saem documentos. As paredes são de metal, do chão ao teto. Parece que estou num cofre, num banco, ou num presídio de segurança máxima. Mas não. Esse aparato é necessário para proteger a vida dos funcionários da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) da Colômbia, que há mais de duas décadas são alvo de assassinatos por parte de grupos paramilitares de extrema direita. Uma realidade pouco conhecida no Brasil e no resto do mundo, mas que resultou em quase 2.700 mortes desde 1986.

As cifras aterrorizam a população, põem os sindicalistas em alerta e revelam um país mais complexo do que o visto nos noticiários, com foco fechado em dois personagens da guerra civil colombiana. De um lado, o governo do presidente Álvaro Uribe, no poder desde 2002; de outro as Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (Farcs). No entanto, falta nesse cenário justamente esse outro importante personagem: os grupos paramilitares de extrema direita, implacáveis com pessoas ligadas aos movimentos sindical e sociais. Criados a pretexto de “combater a guerrilha”, não toleram nenhuma força de oposição e atuam como guardiões clandestinos dos grupos econômicos que mandam na política colombiana há 60 anos.

As Farcs nasceram nos anos 1960 como organização armada de orientação socialista, a exemplo de outros grupos em diversos países latino-americanos, inspirados no êxito da revolução cubana. Quando começaram a avançar e ocupar áreas do interior do país, a iniciativa privada começou a se armar, criando exércitos paralelos de “autodefesa”, mantidos por empresários (a maioria ligada a multinacionais) e latifundiários. O grupo mais conhecido, Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), foi comandado por Carlos Castaño, um dos mais importantes líderes paramilitares do país, morto em 2004. Mais tarde, surgiram outros, como os Águias Negras e o Bloco Norte, responsáveis, junto com a AUC, pela maioria das mortes de sindicalistas em todo país. Para essas milícias, não há distinção entre guerrilheiros clandestinos, movimentos trabalhistas ou qualquer organização que reivindique alguma justiça social.

Numa sala da CUT em Bogotá, Alberto Vanegas, diretor de Direitos Humanos da central, fala sobre os números alarmantes: “Nos últimos 20 anos, tivemos uma média de um sindicalista morto a cada três dias, de diversas categorias, quase sempre de forma brutal. Isso sem contar as vítimas de tortura, massacres, desaparecimentos e expulsões”. Os 42 assassinatos executados até o final de setembro já superaram os 39 cometidos durante todo o ano passado, interrompendo um movimento de queda que já durava uma década. Segundo a Escola Nacional Sindical de Medelim, as piores estatísticas encontram-se na década de 90, quando se intensificaram os conflitos no país – foram 275 assassinatos em 1996. “Um verdadeiro genocídio político”, define Vanegas.

Estima-se que hoje existam cerca de 30 mil paramilitares, dois para cada guerrilheiro das Farcs, todos à margem da lei e na briga pelo controle do narcotráfico, maior fonte financiadora dos dois lados. Para esquentar ainda mais o caldo, o Exército colombiano, apoiado pelos Estados Unidos no combate às drogas, é freqüentemente acusado de fazer corpo-mole quando o combate é com os paramilitares.

Parte 2 “Vamos te matar como fizemos com seus amigos”.

Parte 3 “Dezenas de políticos da base de Uribe são investigados".

Parte 4 “Entre a primeira e a última facada, horas de tortura”.

Parte 5 “Você precisa sair hoje, ou serei obrigado a te matar”.

1 Comentário:

Anônimo disse...

REVOLUÇÃO QUILOMBOLIVARIANA !
Viva! Chàves! Viva Che!Viva! Simon Bolívar! Viva! Zumbi!
Movimento Chàvista Brasileiro

Manifesto em solidariedade, liberdade e desenvolvimento dos povos afro-ameríndio latinos, no dia 01 de maio dia do trabalhador foi lançado o manifesto da Revolução Quilombolivariana fruto de inúmeras discussões que questionavam a situação dos negros, índios da América Latina, que apesar de estarmos no 3º milênio em pleno avanço tecnológico, o nosso coletivo se encontra a margem e marginalizados de todos de todos os benefícios da sociedade capitalista euro-americano, que em pese que esse grupo de países a pirâmide do topo da sociedade mundial e que ditam o que e certo e o que é errado, determinando as linhas de comportamento dos povos comandando pelo imperialismo norte-americano, que decide quem é do bem e quem do mal, quem é aliado e quem é inimigo, sendo que essas diretrizes da colonização do 3º Mundo, Ásia, África e em nosso caso América Latina, tendo como exemplo o nosso Brasil, que alias é uma força de expressão, pois quem nos domina é a elite associada à elite mundial é de conhecimento que no Brasil que hoje nos temos mais de 30 bilionários, sendo que a alguns destes dessas fortunas foram formadas como um passe de mágica em menos de trinta anos, e até casos de em menos de 10 anos, sendo que algumas dessas fortunas vieram do tempo da escravidão, e outras pessoas que fugidas do nazismo que vieram para cá sem nada, e hoje são donos deste país, ocupando posições estratégicas na sociedade civil e pública, tomando para si todos os canais de comunicação uma das mais perversas mediáticas do Mundo. A exclusão dos negros e a usurpação das terras indígenas criaram-se mais e 100 milhões de brasileiros sendo estes afro-ameríndios descendentes vivendo num patamar de escravidão, vivendo no desemprego e no subemprego com um dos piores salários mínimos do Mundo, e milhões vivendo abaixo da linha de pobreza, sendo as maiores vitimas da violência social, o sucateamento da saúde publica e o péssimo sistema de ensino, onde milhões de alunos tem dificuldades de uma simples soma ou leitura, dando argumentos demagógicos de sustentação a vários políticos que o problema do Brasil e a educação, sendo que na realidade o problema do Brasil são as péssimas condições de vida das dezenas de milhões dos excluídos e alienados pelo sistema capitalista oligárquico que faz da elite do Brasil tão poderosa quantos as do 1º Mundo. É inadmissível o salário dos professores, dos assistentes de saúde, até mesmo da policia e os trabalhadores de uma forma geral, vemos o surrealismo de dezenas de salários pagos pelos sistemas de televisão Globo, SBT e outros aos seus artistas, jornalistas, apresentadores e diretores e etc.
Manifesto da Revolução Quilombolivariana vem ocupar os nossos direito e anseios com os movimentos negros afro-ameríndios e simpatizantes para a grande tomada da conscientização que este país e os países irmãos não podem mais viver no inferno, sustentando o paraíso da elite dominante este manifesto Quilombolivariano é a unificação e redenção dos ideais do grande líder zumbi do Quilombo dos Palmares a 1º Republica feita por negros e índios iguais, sentimento este do grande líder libertador e construí dor Simon Bolívar que em sua luta de liberdade e justiça das Américas se tornou um mártir vivo dentro desses ideais e princípios vamos lutar pelos nossos direitos e resgatar a história dos nossos heróis mártires como Che Guevara, o Gigante Osvaldão líder da Guerrilha do Araguaia. São dezenas de histórias que o Imperialismo e Ditadura esconderam. Há mais de 160 anos houve o Massacre de Porongos os lanceiros negros da Farroupilha o que aconteceu com as mulheres da praça de 1º de maio? O que aconteceu com diversos povos indígenas da nossa América Latina, o que aconteceu com tantos homens e mulheres que foram martirizados, por desejarem liberdade e justiça? Existem muitas barreiras uma ocultas e outras declaradamente que nos excluem dos conhecimentos gerais infelizmente o negro brasileiro não conhece a riqueza cultural social de um irmão Colombiano, Uruguaio, Venezuelano, Argentino, Porto-Riquenho ou Cubano. Há uma presença física e espiritual em nossa história os mesmos que nos cerceiam de nossos valores são os mesmos que atacam os estadistas Hugo Chávez e Evo Morales Ayma,Rafael Correa, Fernando Lugo não admitem que esses lideres de origem nativa e afro-descendente busquem e tomem a autonomia para seus iguais, são esses mesmos que no discriminam e que nos oprime de nossa liberdade de nossas expressões que não seculares, e sim milenares. Neste 1º de maio de diversas capitais e centenas de cidades e milhares de pessoas em sua maioria jovem afro-ameríndio descendente e simpatizante leram o manifesto Revolução Quilombolivariana e bradaram Viva a,Viva Simon Bolívar Viva Zumbi, Viva Che, Viva Martin Luther King, Viva Osvaldão, Viva Mandela, Viva Chávez, Viva Evo Ayma, Viva a União dos Povos Latinos afro-ameríndios, Viva 1º de maio, Viva os Trabalhadores e Trabalhadoras dos Brasil e de todos os povos irmanados.
O.N.N.QUILOMBO –FUNDAÇÃO 20/11/1970
quilombonnq@bol.com.br

 

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