Ontem eu fiquei admirado ao ler esta manchete na capa do jornal O Tempo, de propriedade do sr. Vittorio Medioli, que é amigo pessoal governador Aécio Neves e indicado por este, segundo suas próprias palavras, como "relações exteriores sobre assuntos italianos". Ele é, então, o embaixador da Capitania Hereditária das Minas em Gerais na Itália. Que chique!
Feitas as apresentações, vamos ao que interessa. É sabido que os jornais de Belo Horizonte (Estado de Minas, Hoje em Dia, O Tempo, Aqui e Supernotícia) só publicam manchetes desfavoráveis ao governo mineiro nas seguintes hipóteses:
1a. Quando há atraso no "cala boca", que é uma espécie de mesada publicitária da qual desfrutam os veículos de imprensa mineira.
2a. Quando o próprio Palácio da Liberdade manda (para fritar algum aliado desafeto)
3a. Quando os interesses dos proprietários dos jornalões são afetados por alguma ação do estado.
Esclarecidas as três premissas morais do jornalismo isento de Minas Gerais vamos ao fato: A matéria que ocupa meia página na seção Cidades teve uma chamada de capa pouco espalhafatosa, mas muito difícil de ignorar. Ela diz respeito a um processo de licitação ocorrido em 2007, onde a Polícia Militar de Minas Gerais pretendia adquirir 831 viaturas mais serviços de manutenção, mas que se encontra sob contestação judicial pelo consórcio formado pelas empresas Deva Veículos e Deva Automóveis, cuja proposta foi desclassificada do certame por suposto descumprimento de quesitos técnicos do edital, apesar de apresentar um valor inferior ao da empresa vencedora em cerca de R$ 3 milhões, conforme noticia o jornal.
Ficou tudo bem explicado? Ainda não?
Pois bem, o detalhe final para que vocês entendam bem aquelas três premissas morais que citei anteriormente, as empresas Deva Veículos e Deva Automóveis, fazem parte do conglomerado SADA, de propriedade de Vittorio Medioli, o Embaixador da Capitania Hereditária das Minas Gerais para assuntos italianos. Portanto, essa notícia só saiu porquê foi infringida a terceira premissa moral da imprensa mineira.
Feitas as apresentações, vamos ao que interessa. É sabido que os jornais de Belo Horizonte (Estado de Minas, Hoje em Dia, O Tempo, Aqui e Supernotícia) só publicam manchetes desfavoráveis ao governo mineiro nas seguintes hipóteses:
1a. Quando há atraso no "cala boca", que é uma espécie de mesada publicitária da qual desfrutam os veículos de imprensa mineira.
2a. Quando o próprio Palácio da Liberdade manda (para fritar algum aliado desafeto)
3a. Quando os interesses dos proprietários dos jornalões são afetados por alguma ação do estado.
Esclarecidas as três premissas morais do jornalismo isento de Minas Gerais vamos ao fato: A matéria que ocupa meia página na seção Cidades teve uma chamada de capa pouco espalhafatosa, mas muito difícil de ignorar. Ela diz respeito a um processo de licitação ocorrido em 2007, onde a Polícia Militar de Minas Gerais pretendia adquirir 831 viaturas mais serviços de manutenção, mas que se encontra sob contestação judicial pelo consórcio formado pelas empresas Deva Veículos e Deva Automóveis, cuja proposta foi desclassificada do certame por suposto descumprimento de quesitos técnicos do edital, apesar de apresentar um valor inferior ao da empresa vencedora em cerca de R$ 3 milhões, conforme noticia o jornal.
Ficou tudo bem explicado? Ainda não?
Pois bem, o detalhe final para que vocês entendam bem aquelas três premissas morais que citei anteriormente, as empresas Deva Veículos e Deva Automóveis, fazem parte do conglomerado SADA, de propriedade de Vittorio Medioli, o Embaixador da Capitania Hereditária das Minas Gerais para assuntos italianos. Portanto, essa notícia só saiu porquê foi infringida a terceira premissa moral da imprensa mineira.
Licitação da PM sob suspeita
Eugênio Martins - 13/03/2009
Compra de viaturas. Secretário de Segurança da BA diz que diretor da Julio Simões confessou fraude em MG. MP baiano vai pedir documentação do processo ao governo de Minas.
Um diretor do grupo Julio Simões Transportes e Serviços Ltda - declarado vencedor da concorrência pública 01/2007, que previu a aquisição e manutenção de 831 viaturas da Polícia Militar de Minas - assumiu fraude no processo licitatório. Jaime Palaia Sica, preso no início do mês na Bahia após suspeitas de irregularidades também naquele Estado, confessou o caso em depoimento às autoridades baianas. A informação foi passada com exclusividade a O TEMPO pelo secretário de Segurança Pública da Bahia, César Nunes. "Havia uma conversa sobre essa possibilidade e, questionado, ele (Jaime Sica) confirmou que, em Minas, o processo também foi fraudado", afirmou Nunes. O Ministério Público baiano também entrou nas investigações. A promotora de Justiça Rita Tourinho, da Bahia, solicitará a Polícia Militar mineira que envie toda a documentação referente à licitação, cujo resultado foi publicado no dia 31 de janeiro do ano passado, no Diário Oficial Minas Gerais. Nos próximos dias, Rita Tourinho, juntamente com uma força-tarefa que inclui mais cinco promotores baianos, vai receber da Secretaria de Segurança Pública da Bahia toda a documentação e os materiais referentes à licitação questionada.
Procedimentos. Com a confissão de Jaime Sica, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia conseguiu autorização judicial para quebra dos sigilos fiscal e bancário do diretor-presidente da Julio Simões, Fernando Simões. A partir da triagem, a polícia baiana espera conseguir mais provas sobre o possível esquema fraudulento.
Operação. No último dia 5, a polícia baiana deflagrou a operação Nêmesis para deter os acusados de fraudar a licitação que previa a compra de 191 viaturas para a corporação militar daquele Estado. A ação resultou na prisão de 12 pessoas, inclusive três coronéis da PM e outro diretor do grupo Julio Simões, William Laviola. Todos já foram liberados. Laviola foi detido em flagrante com R$ 26 mil, que seriam utilizados para pagar propina aos militares. Ele foi o representante legal para conduzir a licitação pela Julio Simões em Minas. Na operação ainda foram apreendidos computadores, CDs, documentos e papéis, nas casas de coronéis da PM e nos locais onde os executivos da Júlio Simões estavam em Salvador. Todo o material está sendo periciado. A investigação corre em segredo de Justiça, mas a reportagem conseguiu apurar que o suposto lobista Gracílio Junqueira Santos era quem fazia a intermediação das negociações entre os coronéis da PM da Bahia e a transportadora, tanto para a manipulação da licitação quanto para o pagamento de propina.
Eugênio Martins - 13/03/2009
Compra de viaturas. Secretário de Segurança da BA diz que diretor da Julio Simões confessou fraude em MG. MP baiano vai pedir documentação do processo ao governo de Minas.
Um diretor do grupo Julio Simões Transportes e Serviços Ltda - declarado vencedor da concorrência pública 01/2007, que previu a aquisição e manutenção de 831 viaturas da Polícia Militar de Minas - assumiu fraude no processo licitatório. Jaime Palaia Sica, preso no início do mês na Bahia após suspeitas de irregularidades também naquele Estado, confessou o caso em depoimento às autoridades baianas. A informação foi passada com exclusividade a O TEMPO pelo secretário de Segurança Pública da Bahia, César Nunes. "Havia uma conversa sobre essa possibilidade e, questionado, ele (Jaime Sica) confirmou que, em Minas, o processo também foi fraudado", afirmou Nunes. O Ministério Público baiano também entrou nas investigações. A promotora de Justiça Rita Tourinho, da Bahia, solicitará a Polícia Militar mineira que envie toda a documentação referente à licitação, cujo resultado foi publicado no dia 31 de janeiro do ano passado, no Diário Oficial Minas Gerais. Nos próximos dias, Rita Tourinho, juntamente com uma força-tarefa que inclui mais cinco promotores baianos, vai receber da Secretaria de Segurança Pública da Bahia toda a documentação e os materiais referentes à licitação questionada.
Procedimentos. Com a confissão de Jaime Sica, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia conseguiu autorização judicial para quebra dos sigilos fiscal e bancário do diretor-presidente da Julio Simões, Fernando Simões. A partir da triagem, a polícia baiana espera conseguir mais provas sobre o possível esquema fraudulento.
Operação. No último dia 5, a polícia baiana deflagrou a operação Nêmesis para deter os acusados de fraudar a licitação que previa a compra de 191 viaturas para a corporação militar daquele Estado. A ação resultou na prisão de 12 pessoas, inclusive três coronéis da PM e outro diretor do grupo Julio Simões, William Laviola. Todos já foram liberados. Laviola foi detido em flagrante com R$ 26 mil, que seriam utilizados para pagar propina aos militares. Ele foi o representante legal para conduzir a licitação pela Julio Simões em Minas. Na operação ainda foram apreendidos computadores, CDs, documentos e papéis, nas casas de coronéis da PM e nos locais onde os executivos da Júlio Simões estavam em Salvador. Todo o material está sendo periciado. A investigação corre em segredo de Justiça, mas a reportagem conseguiu apurar que o suposto lobista Gracílio Junqueira Santos era quem fazia a intermediação das negociações entre os coronéis da PM da Bahia e a transportadora, tanto para a manipulação da licitação quanto para o pagamento de propina.
Minas - Proposta da Simões foi mais cara
Flaviane Paixão - 13/03/2009
A licitação da PM mineira ainda é alvo de contestação judicial, em 2ª instância, pelo consórcio formado pelas empresas Deva Veículos e Deva Automóveis. A Comissão Especial de Licitação (CEL) da PMMG considerou o consórcio inabilitado por descumprir o artigo 5.5.3.3 do edital (comprovar registro ou inscrição em entidade profissional competente). O consórcio recorreu na Justiça por não haver clareza quanto às exigências e obteve parecer favorável para participar da etapa de abertura de propostas de preço. A Deva apresentou o valor mais baixo das quatro empresas que estavam na concorrência pública, mas o grupo Julio Simões foi declarado vencedor no final de janeiro do ano passado. Para 30 meses de prestação de serviço e entrega de veículos modelo Gol, a oferta da Julio Simões foi no valor de R$ 56,7 milhões. Já a proposta do consórcio Deva era R$ 3 milhões inferior.
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