Lambido do Hoje em Dia
O jornalista Amaury Ribeiro Júnior, apontado pela Polícia Federal (PF) como responsável por encomendar a violação dos sigilos fiscais de pessoas ligadas ao PSDB e ao presidenciável tucano José Serra, vai prestar novo depoimento, segunda-feira, em Brasília. A informação é do advogado Adriano Bretas, que assumiu a defesa do jornalista.
No último depoimento, Amaury Ribeiro Júnior confirmou que iniciou as investigações em 2008, a partir de informações de que um “grupo clandestino de inteligência” estaria seguindo o então governador Aécio Neves (PSDB). A PF quer saber agora quem encomendou os documentos ao jornalista e quem pagou pelo serviço.
Para realizar as investigações, visando também pessoas ligadas a Serra, Amaury Ribeiro Júnior fez “várias viagens” em 2008 e 2009, principalmente para São Paulo e Brasília. O jornalista sustentou no depoimento que “as despesas de viagem e de obtenção dos documentos foram custeadas pelo órgão de imprensa no qual trabalha, ou seja, o Estado de Minas”.
Ele também informou à PF que “se afastou formalmente do ‘Estado de Minas’ no dia 16 de outubro de 2009”, tendo gozado antes disto férias de 30 dias. O jornalista disse que, ao sair da empresa, fez um relatório “de todo o material colhido ao longo de sua investigação”, tendo deixado uma cópia com a empresa e ficado com uma outra, em seu notebook, para publicação de um livro.
A direção do ‘Estado de Minas’ negou, em nota, que tenha pago viagens de Amaury. Conforme o jornal, ele trabalhou como repórter de 25 de setembro de 2006 a 15 de outubro de 2009. No dia 25 de setembro de 2009, entrou em férias até 14 de outubro. No dia seguinte, teria pedido demissão. O jornal garante que nenhuma viagem do jornalista no período de férias foi custeada pela empresa, que não faz menção ao relatório feito por Amaury Júnior.
De acordo com a investigação da PF, ele encomendou cópias de declarações de Imposto de Renda ao despachante Dirceu Garcia, em setembro de 2009. Adeilda Ferreira, da agência da Receita na cidade de Mauá (SP), foi contatada por intermediários e levantou os dados no dia 8 de outubro de 2009. Amaury Júnior viajou a São Paulo em busca dos dados e pagou R$ 12 mil a Garcia, de acordo com depoimento do despachante.
Já trabalhando para o ‘Estado de Minas’, Amaury Júnior passou a levantar informações contra Serra porque havia indícios de que um grupo de arapongas ligado ao ex-governador paulista e sob comando do deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria investigando Aécio, na época cotado para ser o candidato tucano à Presidência.
A partir de suas investigações, Amaury Júnior passou a obter documentos em cartório, juntas comerciais, órgãos de Justiça no Brasil e nos Estados Unidos. O repórter recolheu procurações e outros documentos sobre a existência de empresas sediadas em paraísos fiscais (offshore), em nome da filha de Serra, Verônica Allede Serra, e de seu marido, Alexandre Bourgeois. O jornalista apurou também que essas empresas funcionavam no mesmo escritório nas Ilhas Virgens operado por Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da Área Externa do Banco do Brasil no Governo Fernando Henrique Cardoso, responsável pela montagem dos consórcios que participaram dos processos de privatização.
Anastasia vê absurdo na associação com Aécio
IPATINGA – O governador reeleito de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), classificou como um “absurdo” tentar ligar o ex-governador Aécio Neves (PSDB) ao dossiê contra o candidato tucano à Presidência, José Serra (PSDB).
Anastasia disse que o ex-governador já se pronunciou sobre a questão, rechaçando qualquer envolvimento com o dossiê. “Já houve uma nota do senador Aécio Neves, demonstrando o absurdo dessa afirmação”.
O governador eleito percorre o interior para reforçar a campanha de Serra. O tucano ressaltou que o candidato a presidente do PSDB ainda pode superar a adversária, a candidata a presidente do PT, Dilma Rousseff.
Conforme pesquisa divulgada pelo Datafolha, a petista está com 12 pontos de vantagem sobre o rival tucano.
Antonio Anastasia aproveitou para reiterar compromissos de campanha e informou que, por exemplo, definirá, no início do próximo ano, o local de construção do Centro de Internação de Adolescentes (CIA) no Vale do Aço. “Os compromissos estão todos afirmados. No caso da questão da internação dos adolescentes infratores, despachei esta semana o pedido para debatermos o assunto; devemos ter a definição do terreno e instalação no início do próximo ano”, relatou.
O governador reeleito lembrou que irá aguardar o fim das eleições presidenciais para definir a sua equipe de Governo.Os partidos aliados, que não tiveram alguns caciques eleitos, pleiteiam um espaço na próxima gestão do tucano.
Temos que esperar o término das eleições presidenciais para definirmos como será o espaço político e, depois, conversarmos com os partidos que nos apoiaram”, disse o governador Antonio Anastasia.
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